As chuvas ocorridas entre dezembro e janeiro em Minas Gerais já deixaram perdas em 119 mil hectares, com o maior prejuízo na área da safra de grãos, estimado em 74,5 mil hectares, disse nesta segunda-feira a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-MG).
As lavouras de milho verão foram as mais afetadas, com 37,5 mil hectares perdidos, o equivalente a 4% dos 851,5 mil hectares cultivados com o cereal.
No início deste mês, a primeira safra de milho de Minas Gerais foi estimada em 5,2 milhões de toneladas, o que colocava com folga o Estado como o maior produtor do cereal no verão, após o Rio Grande do Sul sofrer perdas pela seca, de acordo com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na sequência, o feijão de primeira safra teve 20,5 mil hectares danificados, informou a Emater. A área equivale a 15% do total plantado em Minas Gerais, que foi de 133,2 mil hectares.
“O prejuízo só não foi maior porque as principais regiões produtoras de milho e feijão, como o noroeste, Triângulo Mineiro e sul de Minas não sofreram tanto com as chuvas”, disse em nota o diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia.
Segundo ele, as maiores perdas ficaram concentradas no norte mineiro e na região central, onde em alguns locais a área comprometida foi superior a 60%.
Além das lavouras de grãos, 3,4 mil hectares de hortaliças foram prejudicados, de acordo com a análise. Por outro lado, não foram registrados prejuízos significativos nas produções de café do Estado, em decorrência das chuvas.
“Os principais problemas que poderão refletir na colheita (de café) desta safra foram provocados por outras questões climáticas, em 2021”, disse a análise.
Neste mês, a Emater-MG já havia divulgado um levantamento indicando que 127 mil produtores sofreram algum tipo de impacto na atividade por causa das chuvas.
Agora, a nova análise também detalha que 416 municípios relataram perdas no campo durante o período chuvoso, o que corresponde a 48,7% do total do Estado.
Neste cenário, o governo estadual lançou o Plano Recupera Minas, que destinará 603 milhões de reais em recursos para ações na área de infraestrutura e de suporte a pessoas e cidades afetadas pelos fortes temporais no Estado.