A Bolsa de Rosário (BCR) reduziu drasticamente suas previsões de safras de milho e soja 2021/22 da Argentina para 48 milhões e 40 milhões de toneladas, respectivamente, devido à seca acompanhada de altas temperaturas que há um mês afetou as áreas agrícolas.
As novas estimativas, divulgada na quarta-feira (12), estão bem abaixo das 56 milhões de toneladas que a bolsa havia estimado para o milho e das 45 milhões de toneladas que havia previsto para a soja no mês passado.
A Argentina é o segundo maior exportador de milho do mundo e o principal fornecedor global de óleo e farelo de soja.
As condições secas que afetam o sul da América do Sul estão sendo acompanhadas pelos operadores globais há semanas, impulsionando os preços internacionais dos grãos.
“Já se passaram quase 30 dias sem milímetros significativos (chuvas) para ajudar: o milho continua a sofrer com duas ondas de calor que se sucederam com apenas uma semana de alívio”, descreveu a BCR em seu relatório mensal de safra.
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De acordo com a entidade, o clima extremo colocou o milho semeado precocemente, que está em fase chave de desenvolvimento, “contra as cordas”, enquanto a atual campanha do cereal argentino dependerá do sucesso do grão tardio, que estará entrando em fase de desenvolvimento no final do verão austral.
A safra seria inferior ao ciclo 2020/21, quando a Argentina colheu 52 milhões de toneladas.
Até a semana passada, os agricultores argentinos tinham plantado 77% da área prevista para o milho, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC).
Em relação à soja, a BCR também descreveu uma perspectiva sombria para a safra, que pode registrar queda na área planejada de implantação.
“O estresse hídrico de dezembro desacelerou o crescimento, produzindo aborto de flores, queima de folhas, morte de mudas nas áreas mais afetadas, e o abandono de praças (plantio) está começando. É grande a preocupação com o que pode acontecer nas próximas semanas”, disse.
A BCR destacou que dos 16,2 milhões de hectares que prevê para a soja, 300 mil hectares podem ficar sem plantio devido ao clima.
Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até a semana passada os produtores argentinos haviam plantado 87% da área prevista para a soja.