A Bayer, empresa química e farmacêutica alemã que atua em saúde humana e agricultura, anunciou hoje (17) que nos próximos vinte anos investirá € 2 bilhões — ou cerca de R$ 11,7 bilhões na cotação atual — anualmente em P&D (pesquisa e desenvolvimento) no segmento Crop Science, setor de soluções para o agro. O foco dos investimentos será sementes geneticamente modificadas e soluções digitais. A meta é que até 2042 a empresa consiga atingir um potencial incremental de € 30 bilhões em vendas.
“O pipeline da Bayer amplia o histórico da empresa de converter P&D em soluções de valor agregado para os produtores”, diz Bob Reiter, diretor de P&D da divisão Crop Science da empresa. Com o investimento nesta área, no passado, antes avaliado em € 2,5 bilhões por ano, a companhia conseguiu desenvolver cerca de 500 novos híbridos e variedades de sementes de alto desempenho para o mercado global. Para o produtor rural, isso pode significar aumento de produtividade ou resultados, uma vez que híbridos e sementes de melhor desempenho podem trazer maior segurança à produção.
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A expectativa é que o impacto dos investimentos também possa refletir no cenário brasileiro, onde a empresa alemã testa atualmente uma produção de milho de baixa estatura, versão do cereal com maior tolerância ao quebramento e acamamento provocados por fortes ventos. “Além de ter um acabamento mais forte, este milho poderá permitir a utilização de insumos de uma maneira mais eficiente, seja na aplicação de nitrogênio ou na utilização de fitossanitário”, explica Geraldo Berger, diretor para assuntos regulatórios da Bayer na América Latina. “São inovações que poderão mudar nossa forma de produzir milho, mas ainda estamos na fase de hipóteses. Por isso, precisamos ir para a prática e testar esse produto”.
Fora a versão de milho de baixa estatura, que a empresa espera lançar em alguns países em 2023, a companhia deve aplicar parte de seu investimento em P&D para impulsionar a expansão da plataforma Orbia, um marketplace especializado em agro, para outros países da América Latina. Hoje, a companhia agrega cerca de 185 mil agricultores cadastrados, com o equivalente a mais de 70% da área plantada do país.