O governo federal planeja liberar R$ 3,7 bilhões em novos subsídios agrícolas, após a suspensão de novas operações de crédito a juros controlados pelo Plano Safra 2021/22 devido a fortes aumentos nas taxas de juros do país, segundo uma fonte envolvida no plano.
A fonte, que falou à Reuters sob condição de anonimato, disse que o governo em breve assinará um decreto anunciando R$ 800 milhões que serão alocados como crédito a produtores afetados pelo clima no Sul do país, bem como agricultores no Estado de Mato Grosso do Sul.
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Outros R$ 2,9 bilhões serão destinados a empréstimos subsidiados a produtores em operações da safra atual.
No entanto, os recursos para os empréstimos subsidiados dependem de um projeto de lei que ainda não foi enviado ao Congresso, disse a fonte, acrescentando que o governo ainda está estudando o que pode cortar do Orçamento deste ano para acomodar os novos gastos.
O Banco Central desencadeou o ciclo de aperto monetário mais agressivo do mundo para combater a inflação de dois dígitos. Na semana passada, elevou as taxas para 10,75% em sua oitava alta consecutiva desde que partiu de baixas recordes de 2% em março do ano passado.
O aumento das taxas de juros afetou o fundo de subsídios do governo, que paga aos bancos para baratear os empréstimos aos produtores. À medida que as taxas sobem, o governo deve pagar mais aos bancos para manter as taxas baixas para os produtores que contrataram o empréstimo.
O Ministério da Agricultura afirmou na terça-feira que as operações com esses recursos estavam suspensas no período de 7 a 28 de fevereiro, “devido à insuficiência de dotações orçamentárias para pagamentos de equalização de taxas de juros”, decorrente da elevação da Selic e do IPCA.
Do total de R$ 90,8 bilhões de recursos equalizáveis para a safra 2021/22, o saldo disponível no final de janeiro era de R$ 27,5 bilhões para todas as finalidades, acrescentou o ministério.