A exportação de soja do Brasil foi estimada hoje (03) em 80 milhões de toneladas, com um corte de 4 milhões de toneladas ante a projeção de janeiro, devido à redução da produção nacional por conta da seca, de acordo com dados apresentados pela consutoria StoneX.
O volume, se confirmado, seria a menor exportação do Brasil, maior exportador e produtor global, desde 2019, quando a safra também quebrou e o país exportou 74 milhões de toneladas, conforme números da indústria.
Os embarques brasileiros ainda ficariam abaixo do recorde de 86,1 milhões de toneladas de 2021.
No início da semana, a StoneX revisou pelo segundo mês seguido a projeção de safra de soja, agora estimada em 126,5 milhões de toneladas, com uma queda de 5,6% ante o ano passado, quando a colheita atingiu uma máxima histórica de 134 milhõões de toneladas.
Mas nesta quinta-feira a consultoria detalhou os números do balanço de oferta e demanda.
A StoneX ainda revisou para baixo a projeção de consumo de soja do país, de 49 milhões para 48,2 milhões de toneladas, ante 47,5 milhões em 2021.
Os estoques finais em 2022 foram agora estimados em 2,2 milhões de toneladas, abaixo dos 3,26 milhões de 2021.
Em nota, a especialista de Inteligência de Mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi, indicou que as perdas estimadas para a safra nacional só não foram maiores pois são boas as perspectivas para o resultado no Mato Grosso e em Goiás, que tiveram a produção revisada para cima.
O destaque da revisão de fevereiro foi a queda da safra gaúcha, agora prevista em 12,2 milhões de toneladas, ante 18,3 milhões em janeiro e 22,03 milhões de toneladas na expectativa inicial.
MILHO RECORDE
Se as perdas na soja estão se consolidando, a StoneX ainda vê a possibilidade de uma safra recorde de milho, uma vez que a maior parte da produção brasileira do cereal é colhida no inverno.
A produção total está prevista em 116 milhões de toneladas, ante 86,63 milhões no ciclo anterior, quando as lavouras sofreram com estiagem a geadas.
“O bom progresso do plantio observado até o momento aumenta a possibilidade de que grande parte da safra seja plantada dentro da janela ideal, amparando a manutenção das expectativas favoráveis para a safrinha”, disse o analista de Inteligência de Mercado do grupo, João Pedro Lopes, em nota.
Apesar do otimismo, a StoneX pondera que o ciclo de inverno é mais arriscado, já que as lavouras precisam se desenvolver logo antes do começo da estação seca no país.
Na primeira safra, a consultoria fez um corte de 5,5% ante a projeção do mês anterior, para 25,3 milhões de toneladas de milho, devido ao tempo adverso que afetou também as lavouras de soja.
Com uma safra menor que a esperada, a exportação brasileira está agora estimada em 40 milhões de toneladas, versus 41 milhões na estimativa anterior. No ciclo passado, o Brasil exportou 20,9 milhões de toneladas.
Os estoques finais da temporada 2021/22 estão agora estimados em 9,5 milhões de toneladas, contra 7,92 milhões na última safra.