O mercado global de celulose segue em uma situação apertada de oferta e demanda, com a demora da entrada em operação de novas capacidades produtivas e estoques baixos, o que favorece aumentos de preços da commodity nos próximos meses, afirmaram executivos da Suzano hoje (10).
A Suzano elevou o preço de celulose para clientes na Ásia neste mês em US$ 50 a tonelada e o diretor da área na companhia, Leonardo Grimaldi, afirmou que novos reajustes devem se concretizar. Segundo ele, os motivos seriam os aumentos de custos com matérias-primas e uma situação de restrição na oferta de transporte agravada pela Covid-19 e eventos específicos como greve de caminhoneiros na América do Norte.
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“Hoje, no mercado chinês [de papel], não há espaço nenhum para especular contra aumento de preços de matéria-prima e da celulose”, disse o executivo durante teleconferência da Suzano com analistas. A empresa divulgou na noite da véspera de lucro de R$ 2,3 bilhões para o quarto trimestre.
A companhia avalia que os estoques de celulose na Europa e na China encerraram 2021 em níveis baixos e viu novas reduções, da ordem de 5% a 6%, em janeiro. “E não devem se recuperar nos próximos meses”, disse Grimaldi, citando a situação de demanda e dificuldades na entrada de novas capacidades produtivas.
A empresa está operando seus estoques em “níveis muito baixos” e até abaixo de patamares “ótimos de operação”, mas suficientes para cumprir compromissos com clientes de longo prazo, disse Grimaldi.