A agricultora de Dakota do Norte, Jennifer Meyer, normalmente dedica pelo menos 20% de sua fazenda de 2.500 acres ao milho, para alimentar o gado que ela cria com o marido.
Neste ano, no entanto, não conseguiu encontrar o fertilizante necessário para cultivar o cereal. Ao invés de plantar milho, Meyer recorreu à soja, pois encontrou o pesticida necessário para manter a colheita saudável durante a estação de crescimento.
“Uma das coisas mais importantes é encontrar algo para matar todas as pestes”, afirma a fazendeira.
As disrupções nas cadeias de suprimentos globais e a inflação que afeta tanto países ricos quanto emergentes elevaram os preços dos fertilizantes, prejudicando o fornecimento.
O trigo e milho, que exigem uso intenso de fertilizantes de preço elevado, podem aumentar o custo do pão, cereais e outros alimentos básicos. O Brasil também é afetado, podendo ter em 2021 o menor patamar de exportação de milho em 5 anos.
Além disso, a demanda por trigo e milho dos Estados Unidos pode aumentar ainda mais se a Ucrânia e a Rússia iniciarem um conflito ativo e interromperem as exportações das duas nações.
A Rússia é um grande produtor de potássio e exportador de gás natural, insumos fundamentais na produção de fertilizantes nitrogenados. Junto com a Ucrânia, respondem por 29% das exportações globais de trigo e 19% das exportações de milho.
Alguns comerciantes já estão lutando para garantir suprimentos alternativos devido à escalada das tensões. Com os preços do trigo subindo desde o ano passado, agricultores norte-americanos ainda estão mirando plantações com custo de manutenção mais baixo.