O Itaú BBA projeta alta na carteira de empréstimos agrícolas para R$ 72 bilhões até o final de 2022, ante R$ 60 bilhões no ano anterior, em meio à expectativa de maiores custos do setor impulsionando a necessidade de capital de giro, disse o diretor de Agronegócios da instituição, Pedro Fernandes.
Em apresentação a jornalistas hoje (29), ele comentou que esse aumento na carteira vai ao encontro dos anseios do banco de ser o maior “parceiro privado” do agronegócio brasileiro, com uma boa parte do crescimento dos empréstimos advindo de novos clientes.
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“Esse crescimento… um terço dele vem da aquisição de novos clientes, vamos passar a trabalhar com empresas e produtores com os quais não trabalhávamos antes… Dois terços vêm de fazermos mais negócios com os nossos clientes atuais”, afirmou.
Ele citou a ampliação da agenda de produtos, incluindo uma trading, além de parcerias com grandes players, e também a maior necessidade de capital de giro, em função do aumento do custo nominal das lavouras, com insumos como fertilizantes, pesticidas e combustíveis mais caros.
“Mesmo que ele diminua a quantidade de fertilizantes, o número de reais que ele precisará será muito maior do que ele gastou na 2021/22”, disse o diretor, em referência a desafios como a guerra na Ucrânia para a oferta de adubos.
“O produtor está precisando de mais dinheiro para plantar a sua safra, mas a receita que ele terá é muito maior do que a receita que ele teve na safra anterior”, completou.
Segundo o Itaú BBA, a estimativa média é de aumento de 60% dos custos de produção da soja do Brasil na próxima safra, enquanto os preços das principais commodities agrícolas estão sendo sustentados pela guerra na Ucrânia e questões de oferta menor na América do Sul.