O plantio de soja do Brasil em 2022/23 deverá ter aumento de apenas de 0,5% ante a temporada anterior, diante de um forte aumento nos custos para incorporação de áreas de pastagem para a sojicultura, avaliou o Itaú BBA em apresentação hoje (29).
Na temporada passada, segundo dados da estatal Conab, o crescimento na área plantada de soja no maior produtor e exportador global da oleaginosa foi de 3,8%, para 40,7 milhões de hectares.
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“Embora as margens (da soja) estejam boas, os custos estão maiores… A conversão de área de pastagem saiu de 3.000 reais por hectare e hoje está em 7.000 reais”, disse o gerente de consultoria de Agronegócio do Itaú BBA, Guilherme Bellotti, em entrevista a jornalistas.
Segundo ele, esse crescimento de área deverá se dar mais como “inércia” do aumento do ano passado, considerando decisões de investimentos tomados anteriormente.
Entre os custos que pesam para abertura de áreas está o do cloreto de potássio, fertilizante cuja oferta e preços ficaram afetados pela guerra na Ucrânia.
“O cenário é positivo, mas há incertezas”, declarou ele.
Com esse aumento de área esperado, o Itaú projeta uma safra brasileira em 141 milhões de toneladas, um forte crescimento ante o total de 2021/22 (123 milhões de toneladas), quando as lavouras foram prejudicadas pela seca.
Em condições normais de clima o volume ficaria, contudo, perto do potencial não alcançado em 21/22.