A antecipação da safra da soja turbinou os volumes transportados e o faturamento da Rumo no primeiro trimestre, evolução ofuscada na última linha do balanço pela piora do resultado financeiro e do forte aumento dos preços dos combustíveis.
A companhia de logística dos mesmos controladores da Cosan anunciou ontem (5) que teve prejuízo líquido de R$ 68 milhões de janeiro a março, ante lucro de R$ 175 milhões na mesma etapa de 2021.
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Por um lado, o volume transportado no trimestre somou 18,1 bilhões de toneladas equivalentes (TKU), volume 30,5% maior do que um ano antes, devido à safra antecipada de soja e a ganhos operacionais, que permitiram maior capacidade.
Isso, aliado a um aumento de 2,7% nas tarifas, fizeram a receita líquida da companhia crescer 26,3% ano a ano, para R$ 2,2 bilhões.
Porém, o custo dos serviços prestados avançou mais rápido, evoluindo 29,1% no comparativo anual, a R$ 1,57 bilhão, refletindo sobretudo o aumento de 47% do preço do combustível.
No relatório, a companhia alegou que enfrentou um período adverso para maior repasse de preços a clientes.
De todo modo, o resultado operacional da Rumo medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) no trimestre alcançou R$ 1 bilhão, crescimento de 20,4%. Mas a margem Ebitda encolheu 2,3 pontos percentuais, para 45,4%.
O prejuízo, segundo a operadora de logística, refletiu principalmente o efeito da alta de juros no resultado financeiro negativo, que mais que dobrou para R$ 500 milhões. A dívida líquida da empresa fechou março em R$ 9,6 bilhões, alta de 2,2% na base sequencial, enquanto a alavancagem financeira fechou em 2,7 vezes, ante 2,8 vezes na mesma comparação.