O tempo mais seco trouxe novas quebras para a safra de milho do Brasil em 2021/22, agora com uma redução estimada em 5 milhões de toneladas na colheita de inverno do centro-sul, após as lavouras de verão do cereal e de soja terem sofrido com a estiagem, afirmou hoje (9) a consultoria AgRural.
A segunda safra, estimada em 85,9 milhões de toneladas no mês passado, agora está projetada em 80,9 milhões de toneladas, ainda um recorde, graças a um expressivo aumento de área plantada estimulado por bons preços.
A falta de umidade em vários pontos do centro-sul do Brasil ao longo de abril e especialmente na segunda quinzena do mês levou a AgRural a revisar para baixo sua estimativa de produção de milho na safrinha 2022.
Com área praticamente estável em relação ao mês passado – 14 milhões de hectares, 6% acima de 2021 -, o que pesou no corte de produção foram as produtividades, que caíram em todos os Estados do centro-sul, com exceção do Paraná.
“As maiores perdas de rendimento são registradas em Goiás e áreas mais tardias de Mato Grosso, mas também há redução de potencial em Minas Gerais, São Paulo e norte de Mato Grosso do Sul”, disse a consultoria.
A média da região é estimada agora pela AgRural em 96,3 sacas por hectare, contra 102,5 sacas em abril e 70,7 sacas na safrinha 2021.
Combinada aos números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Norte/Nordeste, a estimativa da AgRural para o centro-sul resulta em uma projeção de segunda safra do Brasil em 86,3 milhões de toneladas, contra 91,3 milhões no mês passado.
“Ainda assim, os números do centro-sul e do Brasil são recordes e seguem bem acima dos 56 milhões e 60,7 milhões de toneladas, respectivamente, da safrinha anterior”, disse a consultoria, citando severas perdas na temporada passada, por seca e geadas.
A produção total de milho do Brasil na temporada 2021/22 (primeira, segunda e terceira safras somadas), por sua vez, é estimada em 112,3 milhões de toneladas, ante 117,3 milhões em abril e 87,1 milhões de toneladas em 2020/21.
A AgRural disse que fará uma nova revisão da safrinha em junho e, confirmando-se as previsões de tempo seco, novos cortes poderão ocorrer.
“No Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul, a safrinha está em excelente forma, mas ainda há risco de perdas por eventuais geadas”, alertou.