A Boa Safra e a gestora de investimentos independente Suno Asset lançaram hoje (8) seu primeiro fiagro, um fundo híbrido composto por ativos imobiliários e de crédito, que deve ajudar a companhia de sementes a diversificar suas fontes de financiamento e focar nos planos de expansão.
O Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (fiagro) tem o objetivo é captar recursos de investidores para aplicar em ativos do agronegócio. Semelhante a um fundo imobiliário, ele permite que o investidor compre cotas.
“Para a companhia, ele é mais uma fonte alternativa de funding… além dos financiamentos bancários”, disse à Reuters o CFO da Boa Safra, Felipe Marques.
Quando a empresa realizou seu IPO, no ano passado, a expectativa de expansão anunciada era atingir capacidade produtiva de 360 mil “big bags” até 2026. Agora, a captação de recursos via fiagro deve contribuir para a que Boa Safra siga apostando nesta meta.
O fundo tem um montante inicial de R$ 150 milhões, sendo R$ 125 milhões aplicados em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e R$ 25 milhões no arrendamento de terras.
Com o valor do arrendamento, foram adquiridas duas propriedades em Mato Grosso. A primeira, em Sorriso, com área total de 90 mil metros quadrados, e a segunda em Primavera do Leste, com 293 mil metros quadrados. A Boa Safra vai se encarregar de fazer melhorias nas propriedades, implementando suas unidades de beneficiamento (UBS) e centros de distribuição (CD).
Já o montante aplicado em CRA tem como lastro os recebíveis de soja e sementes com foco em revendas e produtores agrícolas.
“Dada a sua estrutura, o fundo terá rendimento mensal, com fluxo proveniente do arrendamento das terras agrícolas e dos recebíveis da Boa Safra”, afirmou o chefe de investimentos da Suno, Vitor Duarte.
Segundo ele, a rentabilidade alvo é de CDI mais 3% ao ano e não há taxa de performance.
A Suno, como gestora, encarrega-se das tomadas de decisão e administração do montante, além de prestar contas aos cotistas com relatórios gerenciais detalhados.
Denominado SNAG11, o fiagro da Boa Safra e Suno terá cotas que serão comercializadas por 100 reais (preço inicial), na B3, para completar o portfólio de pessoas físicas que se interessam por ativos vinculados ao agronegócio.
“O foco é o público geral, isento de imposto de renda, é uma forma do investidor, principalmente pessoa física, diversificar de verdade”, disse Duarte