À medida que a onda de calor recorde na China começa a diminuir, os agricultores estão avaliando os danos causados por uma seca prolongada, enquanto o governo os incentiva a replantar ou trocar de culturas.
Mais de 70 dias de temperaturas extremas e chuvas fracas causaram estragos ao longo da bacia do Yangtze, que abastece mais de 450 milhões de pessoas e um terço das plantações.
Leia mais: Como Aline Bortoli puxa a fila dos herdeiros na Bom Futuro
Embora a chuva seja esperada nos próximos dez dias, os agricultores perto do quase seco Lago Poyang, na província de Jiangxi, normalmente uma saída de inundação para o Yangtze, temem que o calor já tenha causado muitos danos.
O Ministério da Agricultura, em um aviso de emergência na terça-feira (23), pediu aos agricultores que colham e armazenem arroz e tomem medidas para fortalecer o desenvolvimento de grãos nas próximas semanas. Em áreas onde a seca já fez grandes prejuízos, os agricultores são incentivados a mudar para outras culturas, como batata-doce, mas isso não é uma tarefa fácil.
“Não podemos mudar para outras culturas porque não há terra”, disse Hu Baolin, um agricultor de 70 anos em um vilarejo nos arredores de Nanchang, capital da província de Jiangxi.
Ele disse que suas plantações, incluindo colza e gergelim, estavam muito menos desenvolvidas em comparação com os anos normais.
Analistas viram a produção de arroz como a mais vulnerável. “Acho que o maior impacto da onda de calor será na safra de arroz –o milho também tem problemas, mas não tanto”, disse Ole Houe, diretor de serviços de consultoria da corretora agrícola IKON Commodities em Sidney.
A China, maior consumidor e importador de arroz do mundo, já deveria importar um recorde de 6 milhões de toneladas em 2022/23, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Chongqing e a província de Sichuan, no sudoeste do país, estão lutando após mais de duas semanas de temperaturas acima de 40ºC –causando estragos às plantações, incêndios florestais e racionamento de energia.