A prorrogação do prazo para o cumprimento das metas de aquisição de CBios (créditos de descarbonização) pelas distribuidoras de combustíveis já fez os preços dos títulos caírem do patamar de R$ 200 para R$ 93, afirmou a consultoria Itaú BBA hoje (5).
A avaliação dos analistas é que o decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 22 de julho freou a demanda e, consequentemente, derrubou os preços.
Os custos dos CBios impactam os preços dos combustíveis, já que as distribuidoras repassam as despesas com a compra dos títulos emitidos por produtores de biocombustíveis — principalmente etanol.
“Essa mudança impacta diretamente o balanço dos títulos no curto prazo, já que com a postergação da obrigatoriedade de aquisição dos CBios reduz a necessidade imediata de compra”, disseram os analistas no relatório.
A consultoria prevê que esse cenário mais confortável de preços se mantenha em 2023, exceto se houver concentração das negociações caso as compras sejam muito postergadas pelas distribuidoras.
“Para os anos posteriores a 2023, dado que as metas compulsórias são maiores, os preços dos títulos tendem a flutuar em patamares elevados refletindo incertezas relacionadas ao tamanho do crescimento da oferta de títulos no futuro”, acrescenta o relatório do Itaú BBA.
Em outro relatório, de monitoramento de preços, a consultoria afirmou que os preços dos CBios chegaram a R$ 93,57 na segunda quinzena.
O preço médio anual do tútulo até o período, porém, é de R$ 120,04, bem acima da média de R$ 39,31 de 2021.
Segundo o Itaú BBA, o volume de CBios emitidos até o fim de julho totaliza 48,3% da meta anual fixada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para 2022, de 36,75 milhões de títulos.
Já o número de CBios disponíveis até o dia 1º de agosto é de 23,4 milhões.