A B3, a bolsa do Brasil, anunciou hoje (30) a criação de um índice que irá acompanhar o desempenho dos CCM (contratos futuros de Milho): o Índice Futuro de Milho B3 (IFMILHO B3).
O milho é usado pela indústria na fabricação de produtos como o óleo vegetal, a farinha, o farelo, o fubá e cremes para o setor alimentício. Como o Brasil conta com diferentes locais de cultivo, a produção garante a oferta em boa parte do ano. No entanto, grande parte das negociações acontece nos períodos de safra e entressafra.
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Assim, o contrato futuro de Milho foi desenvolvido para dar aos participantes do mercado uma ferramenta de gestão do risco de oscilação de preço da commodity.
“A importância do agronegócio para a economia brasileira é inquestionável. Ter um índice baseado em uma commodity forte, como é o caso do milho, dá ao mercado a oportunidade de criar produtos como ETFs, que aproximam ainda mais o investidor do mundo do agronegócio”, afirma Luís Kondic, diretor executivo de produtos listados e dados da B3.
Para Thiago Ferraz, superintendente de negociação da B3, o índice deve trazer mais visibilidade para o contrato futuro do cereal e sua dinâmica. “Isso tende a trazer um número maior de interessados para o produto, aumentando o volume de negociação”, afirma.
O objetivo do índice é ser o indicador de retorno total de uma carteira teórica composta por CCM. Como cada um desses contratos tem duração de dois meses, com operação da rolagem do contrato atual para o contrato de vencimento subsequente no final de cada bimestre.
O índice será calculado diariamente, com base no preço de ajuste dos contratos. Durante cinco pregões anteriores ao vencimento do contrato vigente, a partir do 9º dia útil anterior, será criada uma cesta, na qual o preço do índice será uma média ponderada entre a variação do preço do contrato vigente e o preço do contrato com vencimento imediatamente subsequente. A ponderação será feita de forma gradual.
Considerando a metodologia, uma simulação aferiu qual teria sido o retorno anualizado do IFMILHO B3 a partir de 2017. Se o indicador tivesse existido desde então, teria acumulado uma variação anualizada positiva de 28,63%. Esse resultado é 7,63 pontos percentuais superior à rentabilidade do ICB (Índice de Commodities Brasil) no mesmo período.