O plantio de soja no Brasil atingiu 5,27% da área projetada para a temporada 2022/23 até hoje (30), um ritmo acima da média histórica para o período e que também supera 2021, quando o país teve o início de temporada mais acelerado, afirmou o diretor da consultoria Pátria AgroNegócios, Matheus Pereira.
Com chuvas intensas em grande parte do centro, Sudeste e Sul do Brasil, o percentual plantado supera a média de 4,8% e os 4,57% visto em igual período do ano passado.
“Aparentemente teremos mais um ano consecutivo de deslocamento do calendário agrícola, antecipando todos os processos até a colheita da safrinha lá em 2023 — um efeito em cascata. A safra geral 2022/2023 está começando cedo, deslocando todo o restante”, afirmou Pereira.
Além de permitir uma antecipação da segunda safra, que pode ser plantada em boa janela climática, uma safra de soja acelerada também é indicativo de maior oferta da nova colheita antecipada, já em janeiro.
A exceção é o Paraná, onde chuvas excessivas causaram uma lentidão no plantio nesta semana, após um início relativamente precoce, conforme a Reuters havia antecipado.
O Paraná, um dos maiores produtores do país, plantou 18% da área, à frente de 2021, mas abaixo da média histórica de 23% para o período, segundo a Pátria AgroNegócios.
Segundo Pereira, clientes da consultoria no Paraná estão “relatando que o excesso pluviométrico tem impedido os trabalhos de campo, porém nada grave — até o momento”.
Mais cedo, o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) relatou que o Mato Grosso também está com plantio acima da média histórica, com mais de 6% da área no principal produtor brasileiro já plantada.