Os sojicultures brasileiros mantêm o otimismo neste início de ciclo, quando poderiam colher um recorde de 150 milhões de toneladas, ainda que uma seca tenha prejudicado a produção em 2021/22, os insumos tenham subido e a demanda chinesa tenha enfraquecido.
José Soares, produtor de Mato Grosso, vê a produção brasileira potencialmente se recuperando e aumentando os estoques mundiais da oleaginosa.
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“A esperança é que a próxima safra sul-americana seja recorde, recuperando os estoques mundiais”, disse.
Centenas de quilômetros ao Sul, Aldo Hanel, agricultor no Paraná, quer afastar a “frustração” da última temporada plantando toda a sua área com soja neste verão.
Enquanto o vazio sanitário contra o fungo da ferrugem acaba amanhã (15) em Mato Grosso, liberando oficialmente o plantio, no Paraná a semeadura está autorizada desde o último sábado, com produtores em Cascavel e Ponta Grossa iniciando os trabalhos.
Cayron Giacomelli, no norte de Mato Grosso, disse que reduzirá em 20% a aplicação de fertilizantes por causa dos altos custos. Embora ele possa começar a plantar em áreas de pivô ainda nesta semana, a semeadura só poderá ganhar ritmo após 20 de setembro –se chover os 70 a 80 milímetros previstos.
“A expectativa é positiva após um último ano bem difícil”, observou Giacomelli.
Não muito longe de sua fazenda, o produtor Evandro Lermen disse que a maior parte do plantio será feita em outubro, após a intensificação das chuvas.
Ao contrário das temporadas anteriores, no entanto, Lermen disse que vai esperar para vender sua safra futura devido em parte à incerteza relacionada às eleições de outubro e à volatilidade cambial.
Marcos da Rosa cultiva soja no leste de Mato Grosso e provavelmente começará a plantar a partir de 8 de outubro, quando são esperadas chuvas para a sua região.
Ele disse que nenhuma soja futura foi vendida pois “os preços oferecidos não remuneram”.
Na semana passada, a consultoria Datagro estimou que 16,2% da safra de soja prevista para 2022/2023 do Brasil havia sido comercializada, 9,1 pontos abaixo da média histórica.
As exportações da safra de soja do Brasil em 2022 devem cair para 77 milhões de toneladas, versus 86,1 milhões de toneladas em 2021, segundo a Abiove, associação da indústria do setor.
“Compras tanto de soja presente quanto de soja futura não estão indo muito bem”, disse o produtor Giacomelli. “Os chineses são retraídos.”