A GranBio, empresa sediada em São Paulo (SP), que tem como foco a conversão de biomassa em biocombustíveis, fechou uma parceria de cooperação global com a australiana Nuseed, companhia presente em 11 países que trabalha na produção, melhoria e importação de sementes. O objetivo da união é melhorar o valor sustentável da energia produzida a partir da cana-de-açúcar bioenergética, cultura geneticamente modificada para ser mais produtiva na fabricação de biocombustíveis.
A companhia brasileira ficará responsável pelo investimento no desenvolvimento da cana-energia e será a licenciadora exclusiva da commodity modificada. Já a empresa australiana impulsionará a pesquisa e a criação de novos produtos de melhoramento para adoção em larga escala na indústria brasileira de bioenergia.
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“Este acordo de cooperação criará uma solução global muito poderosa para garantir a biomassa como matéria-prima confiável em escala para biocombustíveis, incluindo etanol de segunda geração e SAF (combustível sustentável de aviação) de segunda geração”, explica Bernardo Gradin, CEO e fundador da empresa paulista. “A aliança de longo prazo irá acelerar o avanço agrícola e tecnológico mundial da cana-energia e permitirá que a GranBio se concentre em sua atividade principal de desenvolver tecnologias 2G e executar seu programa de biorrefinarias renováveis Net Zero Carbon.”
O projeto de biorrefinaria citado pelo executivo prevê que, a partir de 2028, seria possível produzir 100 milhões de galões de SAF carbono neutro em apenas 50 mil hectares. Segundo a empresa, o programa é escalável e poderia ser implementado em cerca de 700 milhões de hectares não utilizados para culturas alimentares ao redor do mundo, em zonas tropicais e subtropicais na América Latina, Sul dos EUA, África, Ásia e Austrália.
Para Brent Zacharias, CEO do Nuseed, essa é uma mudança que pode ser fundamental na geração de energia. “A plataforma proprietária de cana-energia, combinada com a inovação existente da Nuseed, de alcance global e parcerias, pode transformar a produção de energia sustentável de uma cultura altamente escalável”, afirma.