O plantio de soja 2022/23 alcançou 15% das áreas no Paraná, avanço de 6 pontos percentuais em uma semana considerado acima das expectativas, pois ocorreu mesmo diante de um cenário de chuvas volumosas, disse o Deral (Departamento de Economia Rural) hoje (4).
Na mesma linha, a semeadura de milho verão aumentou de 58% para 67% das áreas do Estado.
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“Os plantios da soja e milho avançam acima do esperado para o período, apesar do volume maior de chuvas que aconteceu nas duas últimas semanas. Já nos últimos dias o clima firmou e os trabalhos de campo retornaram com maior intensidade na maioria do Estado”, disse à Reuters o analista do Deral Edmar Gervásio.
Levantamento do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), ligado ao governo estadual assim como o Deral, indica que a precipitação total de setembro ficou acima de 175 milímetros na maior parte do Estado. No oeste, as chuvas chegaram a 300 milímetros e até a máxima de 375 milímetros foi vista mais ao sul.
Apesar dos avanços semanais, os percentuais de plantio estão abaixo dos registrados no mesmo período do ano passado, quando haviam 16% da soja e 75% do milho semeados no Paraná.
No entanto, Gervásio afirmou que a diferença entre os anos envolve diversos fatores, inclusive o planejamento do agricultor –no caso, a indicação é que ele buscou semear logo para ter uma melhor janela climática para o milho na segunda safra.
“Considerando que o avanço do plantio (2022/23) foi grande, é possível inferir que neste ano as condições gerais são melhores que na safra anterior”, avaliou o especialista.
O Estado terminou o mês de setembro com 9% da área semeada, ante média histórica de menos de 3% para o mês, disse o analista.
“O milho fechou com plantio de 58% da área no mês passado. Historicamente, fechava setembro, em média, com 34%”, acrescentou Gervásio.
Do ponto de vista de qualidade, praticamente toda a soja está em condições boas (99%), assim como 93% do milho primeira safra, conforme classificação do Deral.
Trigo
A colheita do trigo atingiu 42% da área no Paraná, contra 37% na semana anterior e 58% um ano antes, de acordo com dados do departamento.
No caso do cereal de inverno, as chuvas têm dificultado os trabalhos, de acordo com o especialista em trigo do Deral Carlos Hugo Godinho.
“Apesar de termos andado mais 5 pontos (na colheita), com certeza essas lavouras não foram colhidas com a umidade ideal e devem estar com uma qualidade inferior ao que seria se tivéssemos uma sequência de tempo mais seco”, disse ele.
Na avaliação do departamento, as lavouras de trigo consideradas boas caíram de 76% para 73%, as médias aumentaram de 22% para 23% e as áreas avaliadas como ruins saíram de 2% para 4%.