A produção de café da Colômbia deve recuar neste ano para uma mínima de oito anos, com quedas nas renovações de plantio e no uso de fertilizantes acumulando problemas para colheitas futuras, disse um líder do setor à Reuters.
A queda esperada na safra para cerca de 12 milhões de sacas de 60 quilos, potencialmente a menor desde 2014, deve-se às fortes chuvas causadas pelo fenômeno climático La Niña, bem como às mudanças climáticas, disse Roberto Velez, chefe da federação nacional de café da Colômbia, em uma entrevista na noite de quarta-feira (5).
“Na Colômbia, já passamos 26 meses em que a precipitação mensal excedeu a média histórica… acompanhada de nebulosidade e falta de sol que diminui a produção”, disse Velez durante uma feira do setor na capital colombiana, Bogotá.
A queda na produção ocorre em um momento em que os preços internacionais do café estão no nível mais alto dos últimos anos, enquanto o peso colombiano caiu acentuadamente, favorecendo as exportações.
Os embarques de café da Colômbia podem fechar 2022 entre 11,5 milhões e 12 milhões de sacas, disse Velez, abaixo dos 12,5 milhões de sacas exportados em 2021.
Além da queda na produção, as renovações de plantio de café cairão dos tradicionais 80 mil hectares por ano para cerca de 60 mil hectares em 2022, enquanto os custos crescentes dos insumos agrícolas, impulsionados pela guerra na Ucrânia, deverão levar o uso de fertilizantes a cair em um quinto.
“A consequência disso terá que ser paga na próxima safra”, disse Velez.
Embora as chuvas sejam um problema, as lavouras da Colômbia estão saudáveis, com os níveis de ferrugem do café, um fungo que danifica as folhas das plantas, e besouros do café, que comem as sementes, em apenas 5% e 2%, respectivamente, acrescentou.
As chuvas devem diminuir no próximo ano, o que pode permitir que a produção de café do país melhore, disse Velez.
A Colômbia tem capacidade para produzir cerca de 14 milhões de sacas de café por ano.
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