O saldo da oferta global de café passará de um déficit de 2,17 milhões de sacas em 2022/23 (abril-março) para um superávit de 3,74 milhões de sacas em 2023/24, à medida que a produção brasileira se recuperar parcialmente, segundo relatório da consultoria hEDGEpoint publicado ontem à noite.
Ela projetou a produção brasileira de café em 2023/24 entre 64,9 milhões e 68,9 milhões de sacas, em comparação com 59 milhões de sacas projetadas para 2022/23.
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A analista de café da hEDGEpoint, Natalia Gandolphi, disse em relatório que, apesar de uma recuperação brasileira na próxima temporada em relação às duas safras anteriores, que foram impactadas por geadas e secas, a produção ainda será 14% menor que o recorde de 72,6 milhões de sacas de 2020/21.
Gandolphi disse que muitos cafezais no Brasil ainda estão se recuperando após a poda.
A consultoria projeta produção de café arábica em 2023/24 entre 44,4 milhões e 46,4 milhões de sacas, contra 36 milhões de sacas em 2022/23.
A produção de café robusta deverá ficar entre 20,5 milhões e 22,5 milhões de sacas, em comparação com 23 milhões de sacas em 2022/23.
O relatório disse que, apesar de um superávit em 2023/24, a relação estoque/uso melhorará apenas ligeiramente, uma vez que os estoques globais devem permanecer historicamente baixos, principalmente durante o segundo trimestre do próximo ano.
Apenas algumas estimativas para a nova temporada de café do Brasil foram divulgadas até agora.
O banco holandês Rabobank espera que a produção cresça pelo menos 8%, para 68,5 milhões de sacas, enquanto a consultoria SpillingTheBeans espera entre 50 milhões e 56 milhões de sacas.