A pesquisa Perspectivas do Setor Agroalimentar da Alltech para 2023, na 12ª edição anual, apresentada na quarta (25), mostra que a produção global de ração animal permaneceu estável em 2022, com 1,266 bilhão de toneladas métricas, uma queda de 0,42% em relação às estimativas de 2021. Os dados foram coletados em 142 países, incluindo o Brasil, em cerca de 28 mil fábricas de ração.
Os dez principais países produtores de ração no ano passado foram: China (260,739 milhões de toneladas métricas), EUA (240,403 mi/ton), Brasil (81,948 mi/ton), Índia (43,360 mi/ton), México (40,138 mi/ton), Rússia (34,147 mi/ton), Espanha (31,234 mi/ton), Vietnã (26,720 mi/ton), Argentina (25,736 mi/ton) e Alemanha (24,396 mi/ton). Juntos, os 10 principais países respondem por 64% da produção mundial de ração, sendo metade concentrada nos quatro maiores.
Brasil vai colaborar com estudo da FAO sobre recursos genéticos
Os constantes desafios à produção de alimentos em todo o mundo têm exigido da comunidade científica internacional mais do que exercícios na busca de equilíbrio ambiental para garantir alternativas seguras e sustentáveis aos sistemas agroalimentares. Acompanhando sistematicamente as mudanças climáticas e seus impactos nos diferentes sistemas e continentes,
Pela primeira vez, a FAO ( Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) incluiu a temática micro-organismos para análise na vertente de recursos genéticos animais. A novidade foi implementada e ganhou destaque na 12ª Sessão de Roma do Grupo de Trabalho Técnico Intergovernamental sobre Recursos Genéticos Animais para Alimentação e Agricultura, entre os dias 18 e 20 de janeiro..
Nesse processo, por parte do Brasil, caberá à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade localizada em Brasília, coordenar as contribuições do país que conta com um robusto banco de dados.
Samuel Paiva, pesquisador que esteve em Roma, afirma que há uma série de micro-organismos importantes a serem analisados, considerando todas as discussões sobre mudança de clima e a emissão de gases. “A microbiota que habita o rúmen tem influência na fisiologia do animal”, diz Paiva. “Na Embrapa e no país faremos contatos para que o Brasil possa contribuir para a elaboração de um documento e enviar sugestões a serem avaliadas na reunião da FAO, em julho deste ano.”
Angus abre inscrição para Prova de Eficiência Alimentar 2023
A Associação Brasileira de Angus abriu, nesta semana, as inscrições para a PEA 2023 (Prova de Eficiência Alimentar), realizada no centro de pesquisa da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS). As inscrições vão até 10 de março ([email protected]), com início dia 15.
A prova serve para avaliar animais candidatos a touros da raça, de genética superior e capazes de entregar maior quantidade de carne premium com o menor consumo de alimento. Além disso, os dados estão ajudando a estruturar um banco com uma população de referência que viabilizará o lançamento da inédita DEP (diferença esperada na progênie) de Eficiência Alimentar.
“No momento em que conseguirmos atrelar essa característica à genômica, teremos um salto consistente na seleção que beneficiará todos os rebanhos genotipados e não apenas os exemplares que se submeteram às provas”, diz Mateus Pivato, gerente de fomento da Angus.
UPL faz parceria com AgriAcordo em plataforma digital
A UPL, empresa de biológicos e convencionais para proteção de cultivos, como pesticidas e herbicidas, fez uma parceria de e-commerce para o seu portfólio com a startup AgriAcordo.
“É uma possibilidade inovadora que queremos agregar aos outros formatos de vendas que temos e em conjunto com os nossos distribuidores gerenciar melhor preços de ponta, reduzir estoques, melhorar o gerenciamento do ciclo de vida de nossos produtos, além de aprimorar a nossa conexão com a indústria”, diz Renato Seraphim, CMO da UPL.
A AgriAcordo possui 460 empresas cadastradas em seu marketplace, responsável por R$ 980 milhões em volume de ofertas de produtos e R$ 260 milhões em demandas. Em 18 meses de atividades já fechou cerca de 150 operações.
ABMRA lança projeto “Marca Agro do Brasil”
A pesquisa “Percepções Sobre o Agro. O Que Pensa o Brasileiro”, desenvolvida pelo Movimento Todos A Uma Só Voz, mostrou que “7 a cada 10 brasileiros têm uma atitude positiva em relação ao Agro” e que o “Agro é um dos setores mais admirados pelos brasileiros”. Além das informações divulgadas na versão pública, o estudo também avaliou caminhos criativos e entendeu as mensagens que mais atraem, aproximam e despertam reações positivas para encantar a população brasileira.
A ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro) apresentou o projeto “Marca Agro do Brasil”, uma iniciativa de aproximação entre cidade e campo. Integram a entidade empresas como UPL, Corteva, MSD e Jacto, que fazem parte do conselho do projeto, além de outras como Basf, Bayer, Ihara, Mosaic, Stoller e entidades do setor.
O projeto tem por meta o posicionamento e construção da imagem do agro brasileiro, contemplando ações e campanhas integradas. Para a sua execução foram formalizados 10 conselhos com 95 pessoas do setor. “Nas últimas décadas, o agro brasileiro se desenvolveu muito”, diz Ricardo Nicodemos, da ABMRA. “Mas não evoluiu com sua comunicação nem construiu uma marca forte.”
Arara Seed recebe aporte de R$ 500 mil da Rural Ventures
A Arara Seed, plataforma de investimentos coletivos do agronegócio criada há cerca de um ano, recebeu um aporte de R$ 500 mil da Rural Ventures, micro venture capital com foco em startups do segmento do agro e food. A previsão é de R$ 3 milhões em até seis rodadas de captação via plataforma.
“A Arara Seed democratiza o investimento em startups, onde a partir de R$ 1 mil é possível que investidores PF’s aportem recursos em empresas inovadoras do agro. Com essa captação, a nossa intenção é continuar a aprimorar os nossos serviços ao ir em busca das melhores tecnologias, ampliar nosso pipeline de startups e aumentar nosso time de colaboradores”, afirma Henrique Galvani, COO e co-fundador da Arara Seed.
A plataforma sediada em de Ribeirão Preto (SP) é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários e já transacionou cerca de R$ 2 milhões. Para 2023, a expectativa é movimentar R$ 6 milhões e atingir uma receita de R$ 700 mil.
Cooperativas agropecuárias gaúchas fazem alertam sobre a seca
A Rede Técnica Cooperativa da CCGL (Cooperativa Central Gaúcha) divulgou um trabalho na área técnica de 21 cooperativas do Rio Grande do Sul com uma média ponderada de perdas nestas cooperativas sobre os impactos da estiagem no estado. No milho sequeiro, cultura até o momento mais afetada, já se tem uma quebra contabilizada de 53%. Já na soja, onde o desenvolvimento da cultura não está mais tardio, chega a 16%.
Nesta safra, o cenário foi de chuvas mal distribuídas, com regiões sem perda alguma e outras de perdas avassaladoras. “Essa situação agrava as nossas lavouras”, diz Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul).
Pires destaca também que existem perdas no arroz irrigado, onde as águas nunca estiveram tão baixas, consequência de três anos de estiagem, e reforça que a pecuária de leite sofre muito com a alimentação dos animais. “Onde não choveu existe uma escassez muito grande de forragem. A pecuária de corte também sofre.. As sangas, os pequenos açudes secaram.”
TechStart Agro Digital abre inscrições
Estão abertas as inscrições para a quarta edição do TechStart Agro Digital, programa de inovação aberta e aceleração de startups, evento realizado pela Embrapa Agricultura Digital e a Venture Hub. As inscrições vão até 17 de março (acesse aqui)
Serão selecionadas startups que já tenham passado pelas fases de validação inicial do seu projeto, com soluções digitais para o agronegócio que atendam a quatro grandes temas: transformação digital das cadeias agropecuárias, agrometeorologia e mudanças climáticas, sustentabilidade das cadeias de suprimentos e biotecnologia avançada.
Lançado em 2019, o programa já graduou 28 startups, sendo que pelo menos 10 delas receberam proposta de investimento durante a participação no programa. Outras 21 startups também estabeleceram contato com unidades da Embrapa para propostas de projetos e parcerias.
Indústria de inoculantes para lavouras quer mais protagonismo
A ANPII (Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes) anunciou que para este ano, por meio de parcerias com as consultorias Spark Inteligência Estratégica e 5P2R Marketing de Precisão, vai construir uma base de dados para o setor de inoculantes.
Em síntese, inoculante é um produto que contém grande quantidade de bactérias que fazem bem às lavouras, por exemplo, intensificando o processo natural da fixação biológica de nitrogênio no solo.
Com o levantamento de informações dos produtos, as diferentes formas de aplicação, as percepções dos produtores e os investimentos da indústria em inovação, a entidade espera ter um papel de maior relevância na indução de melhorias para a regulamentação e desenvolvimento de novas tecnologias.
Programa da Alta mostra dados de 36 mil bezerras leiteiras
A criação de bezerras e novilhas é uma das fases mais importantes para a pecuária leiteira. O benchmarking Alta Cria 2022, realizado pela Alta, empresa de genética animal com sede em Uberaba (MG), apresentou dados de 138 fazendas participantes de 13 estados brasileiros. Em seis anos de programa já foram coletados dados de 36 mil bezerras leiteiras no Brasil.
O objetivo é gerenciar e conhecer os principais índices zootécnicos, fundamentais para traçar metas e estratégias na criação de bezerras e novilhas, além de auxiliar o pecuarista na tomada de decisão de manejo das propriedades
Segundo o gerente de Neonatos da Alta e coordenador do Programa Alta CRIA, Rafael Azevedo, houve um aumento de ganho de peso do nascimento ao desaleitamento, redução de doenças – como a diarreia, menor taxa de mortalidade e antecipação da primeira cria, o que reduz os custos e eleva a produtividade da fazenda.
“As bezerras nascidas em 2017 e que foram melhores colostradas, ou seja, receberam um colostro de melhor qualidade, no tempo e volume corretos, produziram 600 litros a mais na primeira lactação na comparação com aquelas que não tiveram uma colostragem eficiente”, explica Azevedo.
Basf anuncia ações na agenda de Baixo Carbono
O Programa Global de Agricultura de Baixo Carbono da Basf, lançado no ano passado, que tem como compromisso apoiar a redução de 30% da pegada de carbono por tonelada de grão produzido em cultivos selecionados até 2030, apresentou nesta semana a agenda de 2023. Entre as ações estão a geração de crédito de carbono derivada de seu programa Basf Digital Farming em todo o mundo. Exemplo é o anúncio de cooperação com a Boortmalt, principal fornecedor mundial de cevada malteada. O projeto está em fase inicial na Irlanda.
Na América Latina, os planos começam pelo Brasil, com a emissão de certificados que podem ser negociados no mercado voluntário. O foco está em soja, milho e algodão, com a gestão de nitrogênio e intervenções de agricultura regenerativa.
“Além de apoiar os agricultores a reduzirem suas emissões de gases do efeito estufa e sequestrarem carbono no solo, buscamos simplificar ao máximo o seu acesso ao mercado de carbono”, diz Camila Leonelli, gerente regional de desenvolvimento de negócios para carbono. “Facilitar o processo de medição, monitoramento e reporte é chave para destravar incentivos financeiros e acelerar a caminhada rumo à neutralidade de carbono na cadeia de valor de alimentos.”
Empresa cearense faz reflorestamento com cajueiro
A Tijuca Alimentos, empresa cearense que produz e comercializa ovos, frangos e queijos no estado, mais Piauí e Maranhão, está plantando na safra deste ano 13.700 novas mudas de cajueiro. Com isto, totaliza 100 mil árvores em uma fazenda do município costeiro de Beberibe, a 80 km da capital Fortaleza.
“Começamos a plantar o caju como forma de reflorestar a área de terra árida. Mas não demorou para descobrir os benefícios da cajucultura. Desde o plantio até a colheita, o fruto consegue gerar emprego, alimentar pessoas e ainda ajuda na questão hídrica por não precisar de irrigação. Muitas pessoas veem na safra do caju a oportunidade de mudar de vida”, afirma Evandro Junior, supervisor de produção da Tijuca.
A lenha das podas anuais dos cajueiros também ajuda no aquecimento dos pintinhos e na caldeira da fábrica de ração animal da fazenda. Além disso, as plantações da fruta servem de filtro de ar entre as áreas de produção, melhorando o ambiente sanitário da criação de aves.
Bayer investe no projeto Bahia Produtiva
A Bayer, multinacional alemã de saúde humana e animal, assinou uma parceria com a CAR (Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional da Bahia) visando promover o acesso a sementes de hortaliças de qualidade aos pequenos produtores que fazem parte do projeto Bahia Produtiva. A iniciativa da CAR para inclusão socioprodutiva das comunidades de baixa renda conta com o apoio do Programa Alimentar Mundial da ONU (Organização das Nações Unidas) e do Banco Mundial.
A doação de sementes de cebola e melancia, que somadas possuem valor comercial estimado de R$ 900 mil, vai beneficiar cerca de 10 mil produtores da região. A Bayer também está apoiando na capacitação de agricultores e extensionistas oferecendo material com conhecimento técnico para garantir que práticas adequadas aos cultivos. A ação faz parte dos compromissos globais da companhia, assinado em maio de 2022: “Zero Hunger Private Sector Pledge”, pelo qual a empresa investirá US$ 160 milhões em projetos na Ásia, África e América Latina.
New Holland apoia o torneio de tênis ao Rio Open
A New Holland Agriculture, fabricante de máquinas agrícolas, foi uma das marcas apoiadoras da nona edição do Rio Open, o maior torneio de tênis da América do Sul. A ação faz parte do projeto de aproximação campo-cidade. A competição, disputada em quadras de saibro, ocorreu de 18 a 26 de fevereiro no Jockey Club Brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland Agriculture para a América Latina, a marca acredita no esporte como uma ferramenta de transformação e de bem estar. “Queremos levar a mensagem do agro a todos os públicos e o esporte é uma excelente ferramenta”, afirma.
* Uma versão inicial deste texto errou ao informar que o Brasil foi o 2º maior exportador de ração animal do mundo. O país é o 3º. O erro foi corrigido
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