A Brado Logística, subsidiária da Rumo, espera elevar em 20% a movimentação de farelo de soja por contêineres neste ano, em relação a 2022, diante de melhores condições de frete para transporte, alto nível de produção da commodity e demanda aquecida para exportação, disse a companhia à Reuters hoje (17).
Com isso, a expectativa da empresa é atingir 3 mil contêineres, o que significa um volume em torno de 85 mil toneladas de farelo, estimou o gerente executivo Comercial da Brado, Vinicius Cordeiro.
Segundo o executivo da Brado, cerca de 5% do farelo de soja exportado pelo Brasil sai em navios porta-contêiner.
“O produto em contêiner é muito menos exposto e sai lacrado. É uma solução que traz segurança de que a carga chegará na mesma condição em que saiu do terminal”, afirmou.
Ele ressaltou que os navios graneleiros têm capacidade média de 60 mil toneladas, volume que só pode ser absorvido por grandes compradores.
“Por isso, na Brado desenvolvemos essa solução que atende clientes que precisam comprar o farelo em escalas menores.”
No contêiner, o farelo pode ser transportado tanto em granel quanto em “big bags” –onde vão cargas de maior valor agregado e de melhor qualidade.
De acordo com a companhia, os principais destinos do farelo de soja em contêiner são países do sudeste asiático, como Vietnã e Indonésia, além da China e também da América do Sul, como Chile e Colômbia.
Em fevereiro, mais de 150 contêineres com o produto devem ser movimentados no terminal da Brado em Rondonópolis (MT), com destino ao porto de Santos (SP) por ferrovia. No mesmo período do ano passado, quando a colheita da safra de soja estava mais acelerada, foram 242 contêineres.
“O farelo de soja é um produto de baixo valor agregado e que normalmente tem sua viabilidade através de navios graneleiros, o que demanda um grande volume de venda. Vendas menores ocorrem via contêineres e durante a pandemia esse mercado foi fortemente impactado pela alta nos fretes marítimos em porta-contêiner. Agora os fretes estão em movimento de queda, abrindo novamente boas oportunidades para exportação nesse modal”, disse ele.
“Além disso, a safra recorde de soja no Brasil abre um leque para exportação do farelo, que tem como concorrente direto a Argentina, que sofreu fortemente na sua última safra com uma grande quebra na produção”, acrescentou.
O Brasil deve produzir um recorde de 40,2 milhões de toneladas de farelo de soja em 2023, contra 38,6 milhões no ano passado, conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Para a entidade, a safra da oleaginosa em grão está estimada na máxima histórica de 152,6 milhões de toneladas.
As exportações de farelo foram projetadas pela Abiove em 20 milhões de tonelada, abaixo dos 20,36 milhões embarcados no ano anterior, no momento em que também há firme demanda interna por farelo para alimentação animal.