O Brasil tem necessidade de investimentos na ordem de R$ 15 bilhões ao ano para impedir que o déficit de armazenagem de grãos, estimado em 117 milhões de toneladas nesta safra, continue a crescer, disse nesta terça-feira (14) o presidente CSEAG (Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos) da Abimaq, Paulo Bertolini.
Ele lembrou, durante seminário do Lide Agronegócios em São Paulo, que o Plano Safra 2022/23 liberou R$ 5,13 bilhões em recursos pelo PCA, linha de crédito para investimento em armazéns do setor.
Leia também: Exportação de milho do Brasil dispara até 2ª semana do mês
“Não vai chegar nem a isso, se continuarem os números atuais”, disse ele citando que há concentração de recursos em alguns projetos.
Há também suspensão de linhas de crédito rural pelo BNDES que afetam a aplicação de investimentos pelo produtor.
Bertolini ainda disse que a armazenagem dentro da fazenda tem crescido cerca de 1% ao ano e somente a região Sudeste tem superávit, todas as demais regiões são deficitárias.
O Brasil espera uma colheita recorde de grãos para 2022/23, com um salto na produção de soja levando o país a uma safra de verão maior que capacidade de armazéns pela primeira vez em 20 anos, conforme antecipou a Reuters.