A colheita de soja 2022/23 avança com lentidão no Brasil, maior produtor e exportador da oleaginosa, mantendo um atraso quando comparada ao ritmo de trabalhos de anos anteriores, mostraram dados de especialistas hoje (3).
No levantamento da consultoria Pátria AgroNegócios, foram colhidos 9,86% da área cultivada nesta temporada, ante os 20,4% vistos em igual período do ciclo anterior e média histórica de 12,5% para esta época do ano.
Rondônia segue liderando os trabalhos de campo desde a semana passada, uma vez que em Mato Grosso a aceleração desta semana ainda foi “comedida”, disse em nota. Produtores mato-grossenses realizaram a colheita em quase um quarto das lavouras.
“Os resultados de campo seguem satisfatórios, especialmente no centro do Brasil. Relatos de alguns talhões com produtividades recordes, porém também notamos resultados bem decepcionantes em partes do sudoeste de Goiás e Mato Grosso do Sul”, afirmou a consultoria.
Na análise da Safras & Mercado, foram colhidos 7,8% das áreas até hoje (3), contra 4,4% na semana anterior.
Um ano antes, 17,1% das áreas estavam colhidas e a média histórica para o período é de 10%, de acordo com a análise.
Em Mato Grosso, principal estado produtor da oleaginosa, o instituto ligado a produtores Imea informou que 24,05% das áreas foram colhidas, avanço semanal de 10,44 pontos percentuais, mas também com atraso em relação a outros anos.
No mesmo período do ciclo anterior, 46,66% das áreas haviam sido colhidas e a média histórica é de 31,93%, de acordo com o Imea.
Com o atraso na retirada dos grãos de soja, o plantio da segunda safra de Mato Grosso também é postergado, com a semeadura de milho atingindo 16,41% da área, contra 41,9% um ano antes e média de 31,51% para os últimos cinco anos.
No caso do algodão segunda safra, o Imea informou que 67,37% da área foi plantada, versus 86,83% em igual período do ano anterior e média histórica de 81,30%.