A maior fabricante de papel para embalagens do Brasil, teve lucro líquido de R$ 790 milhões no quarto trimestre, em um desempenho acima do esperado pela média do mercado e impulsionado por aumentos de preços de produtos que minimizaram queda nos volumes vendidos, além de contribuição de variação cambial sobre a dívida.
O resultado dos três últimos meses do ano passado, porém, foi 25% menor que o obtido no quarto trimestre de 2021 e 62% inferior ao lucro líquido do terceiro trimestre do ano passado.
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Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$ 414,5 milhões para a Klabin (KLBN11) no quarto trimestre, segundo dados da Refinitiv.
O resultado financeiro, que tradicionalmente é um componente relevante nos resultados de empresas exportadoras, ficou negativo em R$ 31 milhões no quarto trimestre ante R$ 390 milhões também negativos um ano antes.
O volume vendido caiu 5% na comparação anual e 9% na trimestral, a 928 mil toneladas. A receita líquida cresceu 11% sobre o quarto trimestre de 2021, para R$ 5,1 bilhões, mas caiu 7% na comparação trimestral. O mercado tinha expectativa de faturamento de cerca de R$ 5 bilhões no período.
Segundo a companhia, houve menor demanda no segmento de sacos, em meio a uma retração no consumo de cimento no Brasil. Em papelão ondulado, houve queda de 8% no volume vendido sobre um ano antes, “em função da redução da safra de frutas por problemas mercadológicos, especialmente na Europa, e climáticos”, afirmou a companhia. A Klabin citou ainda menor exportação de proteína, setor que, junto com frutas, a empresa “possui participação relevante no fornecimento de papelão ondulado”.
A companhia, que elevou o investimentos no final do ano em 37% sobre o mesmo período do ano anterior enquanto constrói a segunda máquina de papel em fábrica no Paraná – projeto conhecido como Puma 2 – teve geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado de R$ 1,9 bilhão, praticamente em linha com o obtido um ano antes. Analistas esperavam R$ 1,96 bilhão, segundo a Refinitiv.
O endividamento em relação ao Ebitda caiu de 3 vezes no final de 2021 para 2,7 vezes no quarto trimestre em reais. Em dólares, a alavancagem passou de 2,9 vezes para 2,6 vezes.
A Klabin afirmou que o custo caixa total subiu 23% no quarto trimestre na comparação anual, para 3.399 reais por tonelada, já excluídos os custos de manutenção com paradas gerais programadas. Considerando apenas celulose, o custo caixa de produção da companhia no período foi de 1.338 reais por tonelada, expansão anual de 25%.
“As principais razões para estes aumentos estão relacionadas a forte alta nos preços das commodities no período, que impactaram os custos com combustível e insumos químicos, sobretudo a soda cáustica, bem como pela inflação de serviços e mão de obra e a menor receita de venda de energia devido à queda no PLD”, afirmou a Klabin no balanço, acrescentando que maior uso de fibras de terceiros também pesou no balanço.