A produção de soja de Mato Grosso deve alcançar o recorde de 42,8 milhões de toneladas na safra 2022/23, disse nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mantendo a projeção divulgada no início do mês.
A expectativa do instituto ainda pode aumentar, a depender dos resultados obtidos até o encerramento da colheita, que chegou a 76,27% na última sexta-feira, comentou em videoconferência o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.
Se confirmada, a produção da oleaginosa já representará alta anual de 4,82% para o maior produtor brasileiro de soja.
Na mesma linha, foi mantida a perspectiva para a produção de milho segunda safra no Estado, a 46,4 milhões de toneladas, puxada principalmente pelo incremento na área de plantio, estimado em 3,78%, para 7,42 milhões de hectares.
A safra do cereal, se confirmada, será 5,87% maior do que a colhida no ano anterior, de acordo com os dados, apesar de 20% das lavouras serem plantadas fora do período mais produtivo.
“O atraso que vimos na colheita de soja acaba sendo impactado na semeadura de milho e algodão… Amanhã é o período máximo considerado bom para plantio de milho do Estado e vamos consolidar cerca de 80% semeado dentro da janela, é um volume abaixo do que a gente viu nos últimos anos e na média”, disse Gauer.
Em contrapartida, ele afirmou que previsões meteorológicas indicam que Mato Grosso deve receber chuvas com médias acima de 60 milímetros nos próximos 60 dias, “o que dá condições para as áreas se desenvolverem no Estado”.
Gauer destacou que as vendas antecipadas da safra 2022/23 de milho têm ocorrido em um ritmo mais lento, com produtores cautelosos em negociar grandes volumes antes do resultado da safra e também diante de incertezas sobre os preços que serão praticados no mercado.
O plantio da segunda safra de milho no centro-sul do Brasil atingiu 39,1% da área estimada de 14,9 milhões de hectares, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado divulgado nesta segunda-feira, com dados até 24 de fevereiro.
No mesmo período do ano passado, o cultivo atingia 52,4% na região que inclui Mato Grosso, enquanto a média de plantio dos últimos cinco anos é de 48,7%.
Na região do Matopiba –composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia– os trabalhos de semeadura da “safrinha” atingiram 10% da área estimada em 1,244 milhão de hectares, contra 4,6% um ano antes e média histórica de 2,8%.
Enquanto alguns Estados estão plantando o milho segunda safra, outros estão em fase de colheita do cereal de verão. Segundo a Safras, a retirada do milho dos campos chegou a 27,6% no Brasil, atrasada comparada aos 39% de um ano antes, mas acima da média histórica de 25,2%.
O superintendente do Imea ainda ressaltou que a previsão para a produção de algodão mato-grossense também se manteve, em relação ao início do mês, em 1,936 milhão de toneladas de pluma, aumento de 6,8% em relação à temporada anterior.