Após reunião com a delegação brasileira, hoje (23), em Pequim, o governo chinês decidiu levantar o embargo à carne bovina brasileira. As importações do Brasil estavam suspensas desde fevereiro após a confirmação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA).
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com o Ministro da Administração Geral da Aduana Chinesa (GACC), Yu Jianhua, para tratar do assunto. A liberação das exportações é para as carnes de animais abatidos a partir do dia 24 de março. País asiático é maior cliente da proteína brasileira, com embarques recordes nos últimos anos. No ano passado, o complexo carnes (bovina, suína e frango) rendeu ao país US$ 10,4 bilhões para 2,2 milhões de toneladas exportadas. A carne bovina representou a maior parcela. Foram 1,238 milhão de toneladas por US$ 7,9 bilhões.
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“Tenho certeza que isso é um passo para que o Brasil avance cada vez mais com o credenciamento de plantas e oportunidades para a pecuária brasileira”, disse Fávaro, ao final do encontro.
A equipe do Mapa já declarou que vai colocar na mesa de negociação os protocolos sanitários. Pelo acordo de 2015, baseado na precaução, o Brasil se comprometeu a suspender, de imediato, qualquer envio de carne ao menor vestígio de suspeita de algum caso de mal da vaca louca.
Mas o Brasil, de acordo com a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) tem risco insignificante para a doença, ou seja, a possibilidade de um caso clássico e perigoso para os rebanhos e a saúde humana é praticamente zero. Os poucos casos de EEB (encefalopatia espongiforme bovina) detectados no Brasil, nos últimos anos, foram atípicos, ou seja, alterações em animais muito velhos e da doença não é transmissível.
O protocolo, segundo as autoridades locais, não tem sustentação sanitária, mas desencadeia a suspensão para outros mercados. Na atual suspensão, a cadeia da carne bovina vem perdendo US$ 25 milhões, por dia.