As exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 514,6 mil toneladas em março, alta de 22,9% no comparativo anual e um novo recorde histórico, visto que o país nunca havia ultrapassado a marca de 500 mil toneladas em um mês, informou nesta segunda-feira (10) a associação nacional da indústria ABPA.
Com isso, o Brasil somou 1,314 milhão de toneladas de produtos de frango (entre in natura e processados) no primeiro trimestre, volume 15,1% superior ao registrado no mesmo período de 2022, em meio a um incremento generalizado nas compras dos maiores destinos de exportações, em um momento em que o país estava preparado do ponto de vista da oferta.
“Uma soma de fatores influenciou o comportamento atípico das vendas internacionais de carne de frango no mês (passado), como, por exemplo, parte dos embarques atrasados de fevereiro”, disse em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Além disso, ele ressaltou que este é um período em que, tradicionalmente, há uma aceleração dos embarques, dentro da programação das vendas para o verão do Hemisfério Norte.
“O ambiente de diminuição da oferta de produtos em algumas regiões, em consequência do aumento de custo de grãos e energia, juntamente com os focos de Influenza Aviária no mundo, favoreceu a antecipação de compras por determinados destinos importadores”, acrescentou o executivo.
Em receita, o resultado das vendas de carne de frango no terceiro mês deste ano alcançou 980,5 milhões de dólares, aumento de 27,2% no ano a ano. Já o desempenho trimestral foi 25,5% maior, com 2,573 bilhões de dólares obtidos com os embarques entre janeiro e março de 2023.
Entre os principais destinos do frango brasileiro, a China liderou as importações, com 187,9 mil toneladas adquiridas no primeiro trimestre, volume 24,5% superior ao do mesmo período de 2022.
O diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, afirmou em nota que existe um contexto de mercado que “favorece os números recordes para o mercado chinês”.
“A retomada dos níveis de consumo com o fim das restrições à circulação de pessoas se somou à queda nos níveis de alojamento de aves nas granjas comerciais chinesas, gerando aumento da demanda pela importação de carne de frango do Brasil.”
Ao mesmo tempo, outros mercados de relevância, como União Europeia, Reino Unido e Coreia do Sul, também aumentaram as suas compras, em um movimento que deverá se manter nestes destinos nos próximos meses, na avaliação de Rua.