Em 2022, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), apresentou um lucro social de R$ 125,88 bilhões, gerados a partir do impacto econômico no setor agropecuário de 172 tecnologias e 110 cultivares desenvolvidas pelas pesquisas. Para cada R$ 1 aplicado na Embrapa, no ano passado, foram devolvidos R$ 34,70 para a sociedade. Em 2021, para cada R$ 1 aplicado na instituição, foram devolvidos R$ 23,38.
Nesta quarta-feira (26), ela, a mais importante instituição pública na área de produção de alimentos, fibras e energia, completa 50 anos. O Brasil, provavelmente, não teria chegado até aqui como um dos maiores produtores de alimentos do mundo sem a Embrapa. Esse ganho é de toda a sociedade e seu lucro social dá a dimensão da sua existência. O Balanço Social publica, anualmente, os resultados da avaliação de impactos econômicos, sociais, ambientais e, no desenvolvimento institucional, de uma amostra de soluções tecnológicas. A metodologia utilizada nesses estudos é a soma dos impactos econômicos dessa amostra de tecnologias.
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As tecnologias e cultivares foram responsáveis pela geração de 95.171 empregos. Esses e outros dados fazem parte da 26ª edição do Balanço Social da Embrapa. Desde 1997, quando publicou a primeira versão do documento, a instituição já demonstrou um lucro social acumulado de mais de R$ 1,3 trilhão, gerou mais de 1,7 milhão de empregos, realizou mais de 18 mil ações de relevante interesse social e recebeu mais de 1.300 prêmios e homenagens.
“Números como esses são apenas uma pequena amostra da contribuição da Embrapa e de seus parceiros para tornar a agricultura brasileira um dos principais motores da economia do País”, afirma Celso Moretti, presidente da empresa.
Entre as tecnologias de destaque desta 26ª edição estão o software que faz a gestão ambiental de granjas de suínos, a tecnologia que substitui carne por fibras do bagaço de caju, a forrageira que vem preencher as lacunas identificadas nas cultivares nacionais de capim, a solução que recupera o mercado da banana-maçã no País, a pesquisa que consolida a produção nacional de alho-semente livre de vírus, a difusão do conhecimento sobre criação das abelhas nativas brasileiras sem ferrão, o novo trigo para pastejo que acaba com o gargalo alimentar da criação no outono e a inovação nanotecnológica que combate o desperdício e aumenta a vida de prateleira de produtos de origem vegetal.
De acordo com a supervisora de Monitoramento e Avaliação da Estratégia, Graciela Vedovoto, a diferença no retorno da Embrapa à sociedade, de R$ 23,38 para R$ 34,70, se deve a fatores externos. O primeiro deles foi o crescimento do impacto da tecnologia da fixação biológica de nitrogênio (FBN), em razão da escassez global de fertilizantes. Isso fez com que a FBN respondesse por R$ 72 bilhões dos R$ 125,88 bilhões do lucro social de 2022.
A tecnologia da FBN pode fornecer todo o nitrogênio de que a soja necessita, poupando o produtor dos altos custos dos fertilizantes nitrogenados. Esses insumos, incluindo o cloreto de potássio e a ureia, tiveram altas recordes ao longo do ano passado em razão da guerra na Ucrânia e do mercado aquecido.
O segundo fator que explica o crescente aumento do retorno social da Embrapa nos últimos anos é a diminuição da receita operacional líquida (ROL), que vem diminuindo desde 2019, devido a diversos fatores.
Segundo Graciela, para fazer o cálculo que resultou nos R$ 34,70 para cada R$ 1 investido, a equipe dividiu o lucro social, composto basicamente pelo impacto econômico de uma amostra de soluções tecnológicas, pela ROL, que se espera que seja recomposta no futuro. “Em outras palavras, os impactos mensurados hoje refletem os investimentos de anos atrás. Por isso, é preciso continuar investindo em ciência e tecnologia para manter o nível elevado de impactos gerados pela pesquisa”, afirma a supervisora. (Com Embrapa)