Pressionadas por uma suspensão de embarques de quase 30 dias para o maior comprador, a China, as exportações totais de carne bovina do Brasil (considerando produtos in natura e processados) recuaram 8% no primeiro trimestre de 2023, para 498.888 toneladas, disse hoje (11) a associação nacional de frigoríficos Abrafrigo.
Os embarques ao mercado chinês ficaram suspensos entre fevereiro e março devido a um caso atípico da doença EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), conhecida como “mal da vaca louca”, encontrado em um animal no Pará.
Em receita, o desempenho do trimestre foi ainda mais negativo, com queda de 22% ante igual período de 2022, para US$ 2,25 bilhões, com impacto tanto da redução no volume de vendas quanto de preços menores. De janeiro a março de 2023, os preços médios acumulam queda de 15,3%.
“Os preços médios de exportação da carne bovina brasileira vêm caindo principalmente em função da redução dos preços de venda à China, que acumulam perda de 22,7% nos primeiros três meses do ano”, disse a entidade em nota.
No primeiro trimestre de 2023, as vendas de carne bovina do Brasil para o mercado chinês diminuíram 28,2% em receita e 7,1% no volume.
Suínos
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) informou em comunicado à parte que, no trimestre, o volume exportado de carne suína chegou a 274,8 mil toneladas, alta de 15,7%, enquanto a receita totalizou US$ 646,3 milhões, avanço de 29,6% sobre os três primeiros meses de 2022.
Principal destino dos embarques, a China importou 109,6 mil toneladas entre janeiro e março, número 25,6% superior ao registrado em 2022, com 87,2 mil toneladas.
“Custos de produção em alta no mundo, assim como os impactos de questões sanitárias em vários países produtores de carne suína têm sustentado a tendência de aumento pela demanda do nosso produto, que é refletida pelas elevações nas vendas”, disse em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.