O plano da Argentina de aumentar suas reservas cambiais incentivando as exportações de soja, que será anunciado nesta quarta-feira (5), entrará em vigor no próximo sábado e vai até 24 de maio, disse uma fonte do governo.
A medida, conhecida localmente como “dólar soja”, buscará acelerar as vendas da oleaginosa ao oferecer aos agricultores uma taxa de câmbio mais alta que a oficial –atualmente 210 pesos por dólar–, em um momento em que o governo busca aumentar suas reservas para lidar com uma crise econômica complexa.
“O acordo com as empresas de grãos (agroexportadoras) para estabelecer um acordo mínimo garantido (durará) de 8 de abril a 24 de maio”, disse a fonte à Reuters na noite de terça-feira (5).
A fonte, que pediu para não ser identificada, não deu detalhes sobre a taxa de câmbio que o governo deve oferecer para impulsionar as vendas.
No final do ano passado, no segundo dos planos de “dólar soja” já lançados pela Argentina, o câmbio oferecido era de 230 pesos por dólar.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou que a produção da oleaginosa será de apenas 25 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, o pior resultado em 23 anos.
Após os dois planos que o governo lançou no segundo semestre do ano passado para acelerar as vendas da soja, no final de março faltavam apenas 17,5% das 44 milhões de toneladas de soja colhidas no ciclo 2021/22 para serem comercializadas, segundo dados oficiais.
Segundo o Ministério da Agricultura, até agora foram vendidas 5,5 milhões de toneladas de soja 2022/23 –cuja colheita apenas começou–, ante 12 milhões de toneladas na mesma data do ano passado.
A entrada de divisas, que o governo argentino espera atingir 15 bilhões de dólares entre o segundo e terceiro trimestres de 2023, aliviaria a combalida economia argentina, embora dificilmente alivie os efeitos negativos de uma seca histórica no país.
A receita também será essencial para que a Argentina cumpra as metas de acúmulo de reservas comprometidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).