O Brasil registrou dois casos de gripe aviária em aves silvestres no litoral do Espírito Santo, afirmou nesta segunda-feira (15) o Ministério da Agricultura do país, pontuando que não espera embargos de importadores a produtos avícolas brasileiros, uma vez que a doença não foi identificada em granjas comerciais no maior exportador global de carne de frango.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que representa indústrias produtoras como BRF e Seara, da JBS, também não acredita em mudanças de fluxos comerciais para o exterior, assim como não espera alterações no abastecimento interno, uma vez os casos são em aves silvestres.
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Para evitar a propagação do vírus, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou estado de alerta de emergência, visando “aumentar a mobilização do setor privado e de todo o serviço veterinário oficial”, aumentando a vigilância.
“Como sempre, vamos tratar o assunto com a maior transparência e eficiência que o assunto requer. Já estamos adotando todas as providências e reforçando o alerta para que todos façam sua parte”, afirmou o ministro da Agricultura do país, Carlos Fávaro, em mensagem no Twitter.
Segundo ele, a confirmação do vírus da influenza aviária H5N1 ocorreu em aves silvestres da espécie conhecida como Trinta-Réis-de-Bando.
O Brasil vem se beneficiando da disseminação do vírus em granjas comerciais em vários países do mundo, uma vez que tais registros resultam em abates de aves e embargos de importadores. Recentemente, a ABPA reiterou projeções de exportações recordes do país em 2023, acima de 5 milhões de toneladas de carne de frango.
Recentemente, a gripe aviária foi detectada em países vizinhos, alertando o setor e autoridades brasileiras dos riscos da chegada do vírus ao Brasil.
Em nota, o Ministério da Agricultura destacou que a notificação da infecção pelo vírus da IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicida) do subtipo H5N1 em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre da doença.
Por isso, o ministério avalia que os países membros da OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal) não devem impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, uma vez que os casos foram registrados em aves silvestres.
Segundo o ministério, a depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pelo governo e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação do vírus e proteger a avicultura nacional.
“É importante reiterar que a situação foi registrada em duas aves marinhas migratórias, e não ocorreu dentro do sistema industrial brasileiro, que segue os mais rígidos protocolos de biosseguridade”, destacou a ABPA em nota.
A entidade do setor industrial também disse que “não são esperadas mudanças no fluxo de comércio internacional de produtos brasileiros, tendo como princípio as recomendações da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal)” no que se refere a casos em aves silvestres.
A ABPA ressaltou que é totalmente seguro o consumo da carne de aves e ovos, segundo informações cientificamente respaldadas pela OMSA, pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) e outros órgãos reconhecidos internacionalmente.