Quero falar sobre pessoas especiais e sua contribuição para o mundo, em particular para a produção de alimentos. Entre elas, uma das pessoas mais geniais chama-se Temple Grandin, uma norte-americana nascida em 1947 e que é referência em bem-estar animal.
Com autismo, ela não teve uma infância fácil. Mas o contato com os animais mudaria sua vida e, posteriormente, também a vida de muitos animais. Isso porque ela tem uma mente que enxerga de forma diferente da maioria dos seres humanos. E ela soube transformar em uma habilidade prática, que também transformou os nossos trabalhos dentro do campo.
Leia também:
- Alimentos orgânicos e não orgânicos: como enfrentar essa questão
- A carne de laboratório é mesmo um produto disruptivo?
- Por que o transporte é item desafiador na agenda de bem-estar animal
Como resultado, os desenhos de suas instalações são referências mundiais no tema bem-estar animal, modificando os currais de fazendas e empresas frigoríficas.
Isso para que os animais não passem por sofrimento. É dela a frase “o animal merece ter a melhor vida que possa ser vivida”. Por enxergar por imagem, ela (Temple Grandin) tem outra percepção de detalhes que a maioria de nós não enxerga ou não prevê.
Ver essa foto no Instagram
Também com muito incentivo de sua mãe, na década de 1970, ela começou a estudar bem-estar animal. E enfrentou muitos preconceitos: o de ser mulher, o do bem-estar animal e também por ser autista. Com certeza, ela é uma mulher que inspira por seu poder de superação e transformação.
Ela personifica a importância de contarmos com a diversidade de pessoas e pensamentos, para que juntos seja possível a transformação do mundo. Eu acredito cada vez mais nisso: Temple Grandin é um exemplo de mulher que aos 75 anos segue ainda fazendo a diferença para a vida de muitos animais e, principalmente, das pessoas.
* Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.