As estimativas de safras de soja e milho verão do Paraná 2023/24 foram mantidas na previsão de outubro em relação ao levantamento do mês anterior, apesar de uma “pequena” piora nas condições das lavouras pelas chuvas, afirmaram nesta quinta-feira (26) especialistas do Departamento de Economia Rural (Deral), que reduziu a projeção para o trigo.
A safra de soja do Paraná, um dos maiores produtores do Brasil, foi estimada em 21,9 milhões de toneladas, sem alterações ante setembro, o que representa uma queda de 2% no volume ante o recorde do ciclo anterior.
Já a primeira safra de milho do Paraná 23/24 foi estimada em 3,1 milhões de toneladas, também estável, mas com uma queda de 18% na comparação com a colheita do ano anterior.
“O plantio avança tanto para o milho quanto para a soja dentro do esperado, os números praticamente iguais ao do mês passado. Pequena piora nas condições de lavoura de milho e da soja… mantém praticamente as mesmas condições da semana passada”, disse o especialista do Deral Edmar Gervásio.
O plantio de soja do Paraná atingiu 58% da área estimada para a cultura na safra 2023/24 até o início da semana, enquanto no milho havia avançado a 91%, disse o Deral no início da semana.
A umidade, que tem sido elevada no Sul, acaba trazendo alguma preocupação, mas nada comparado com a falta de chuvas generalizadas para a soja do Centro-Oeste do Brasil, segundo analistas.
Trigo
No caso do trigo, com colheita já caminhando para a parte final, o Deral ainda reduziu a previsão de safra do Paraná para 3,855 milhões de toneladas, ante 4,16 mi t na previsão de setembro, em meio a chuvas no Estado.
Quando está perto de colheita, as chuvas podem afetar tanto a qualidade quanto a quantidade da safra de trigo.
“Tem muito problema de doenças, que já é uma continuidade do que estava acontecendo, a gente já teve uma queda estimada de 10% no mês anterior. E agora aumentamos a quebra para 20% da safra”, disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho.
Segundo ele, especialmente na região Sul do Estado há novos problemas com o excesso de chuvas, “que diminui não só a quantidade produzida, como a qualidade do produto”.
Apesar da estimativa de uma colheita abaixo do potencial, o importante produtor nacional elevaria a colheita em 10% na comparação anual, segundo dados do Deral.