A BP Bunge Bioenergia, segunda maior processadora de cana do Brasil, informou nesta sexta-feira (20) que recebeu certificação ISCC Corsia para utilização do seu etanol como matéria-prima para produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês).
A companhia disse que a certificação representa um passo importante para fortalecer os negócios “em uma frente que já é bastante promissora atualmente: a exportação de etanol”.
Leia também:
- Brasil inaugura 1ª planta-piloto para produção de combustível sustentável de aviação
- Avião movido a combustível vindo de gramas será testado em 2023
- Raízen está pronta para atender demanda de etanol para produção de SAF
A empresa já exporta para grandes mercados, como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Europa, e agora está apta para atingir um mercado de SAF que deve crescer nos próximos anos, à medida que o setor de aviação busca reduzir suas emissões.
Em comunicado, a empresa disse que a certificação do biocombustível produzido na unidade Ouroeste (SP) reforça o papel do etanol produzido a partir da cana, como uma das soluções para atender a necessidade crescente de descarbonização mundial.
“A solução para transição energética não se fará por um único caminho, são várias rotas, mas o etanol da cana-de-açúcar é a solução que o Brasil já tem disponível, com escala, pronto para utilização e com potencial para diferentes aplicações, como o SAF”, disse o diretor comercial e de originação da BP Bunge Bioenergia, Ricardo Carvalho, na nota.
A certificação ISCC (International Sustainability & Carbon Certification) é um sistema mundial que verifica toda a cadeia dos biocombustíveis, desde o cultivo da biomassa até o consumo final, para garantir uma produção sustentável. Já o programa Corsia é uma iniciativa liderada pela Organização Internacional da Aviação Civil (Icao), agência especializada da ONU, que tem o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na aviação civil. A empresa destacou o diferencial do etanol brasileiro extraído da cana, de mais baixo teor de carbono.
“O etanol brasileiro de cana-de-açúcar apresenta vantagens significativas em relação às emissões em sua cadeia de produção, quando comparado ao etanol de milho produzido em outros países — o que já é uma vantagem competitiva importante”, disse o gerente comercial de etanol da BP Bunge, Edi Castro.
A BP Bunge Bioenergia projetou há cerca de dois meses processar entre 28 milhões e 29 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/24, o que representaria um crescimento de até 16% na comparação com a temporada anterior. Em agosto, a concorrente Raízen anunciou que recebeu certificação ISCC Corsia Plus, colocando-a como apta para atender essa demanda de SAF com o etanol de cana.