A produção brasileira de trigo no ciclo 2023/24 foi estimada em 10,5 milhões de toneladas, recuo de 5,9% frente ao número divulgado em setembro, com as chuvas excessivas no Sul do Brasil afastando a possibilidade de um novo recorde na colheita do país, afirmou nesta quinta-feira a consultoria StoneX.
O clima úmido na época da colheita está afetando a qualidade e a produtividade das lavouras, disse em relatório. Com isso, a safra deve ficar abaixo do recorde da temporada passada, de 11,1 milhões de toneladas, segundo a StoneX.
“Além das chuvas excessivas recentes, os mapas climáticos indicam mais volumes importantes de precipitação nas próximas semanas e novos cortes na estimativa do cereal não estão descartados”, comentou o consultor em gerenciamento de riscos do grupo, Jonathan Pinheiro.
As preocupações com o resultado da safra são maiores no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, em comparação ao Paraná, onde os problemas estão concentrados nas áreas ao sul do estado.
“As perdas no Rio Grande do Sul também devem condicionar mudanças nos fluxos do cereal, com exportações menores de trigo e de menor qualidade, além de eventualmente necessitar comprar um grão de maior qualidade, para panificação, em outros Estados, como Paraná”, acrescentou Pinheiro.
A importação de trigo pelo Brasil foi estimada em 4,89 milhões de toneladas em 23/24, ligeira queda ante a previsão anterior (4,74 milhões). Mas as compras externas teriam aumento de 8,3% em relação ao ciclo passado.
Já a exportação brasileira foi prevista em 1,86 milhão de toneladas, ante 2,06 milhões previamente e 2,6 milhões na temporada anterior.