A Colômbia, o maior fornecedor mundial de café arábica lavado, encerrará este ano com uma produção entre 11,6 milhões e 12 milhões de sacas de 60 kg, pondo fim a três anos de quedas na produção, disse o chefe da federação nacional do café na quinta-feira (19).
A produção de café caiu 12% em 2022, para 11,1 milhões de sacas, o menor volume desde 2013 e a terceira queda anual consecutiva devido ao atraso na floração causado pelo clima úmido.
“As estimativas de produção que temos para 2023 devem terminar em cerca de 11,6 milhões de sacas, no mínimo, e até 12 milhões”, disse à Reuters o chefe da federação, German Bahamon. “Em ambos os cenários, cresceríamos em comparação com o ano passado.”
Assim como o fenômeno La Niña afeta a floração, o padrão climático El Nino, que traz seca à Colômbia, poderia afetar a produção no próximo ano, disse Bahamon.
“Se (o El Niño) se prolongar por muito tempo e passar de moderado a crítico, obviamente haverá um efeito em 2024, mas não podemos dizer hoje”, disse ele.
Cerca de 10% dos 840.000 hectares plantados com café foram renovados este ano, disse Bahamon, e a meta de renovação de árvores dobrará no próximo ano.
Bahamon, que assumiu o cargo em abril apesar da oposição do presidente Gustavo Petro, disse que o país poderia produzir 14 milhões de sacas por ano se não fossem os fenômenos climáticos, e destacou que a federação está procurando expandir as plantações de café.
Os preços internacionais do grão têm sido desfavoráveis para as margens de lucro. Bahamon disse que o governo está procurando ferramentas para ajudar os agricultores, mas não deu detalhes.
O café arábica fechou em alta nesta quinta-feira (19) a US$ 1,6395 por libra-peso no mercado de Nova York, bem abaixo do preço de US$ 2 por libra-peso de um ano atrás.