O Brasil é uma verdadeira potência na produção de carne bovina. Recentemente, o IBGE anunciou que o rebanho de 2022 foi de 234 milhões de cabeças por meio da PPM(Pesquisa Pecuária Municipal).
Apesar de um ajuste metodológico levar o nosso cálculo da nossa empresa Agrifatto em 212 milhões de cabeças, mesmo assim, isso significa que nós possuímos mais de uma cabeça de bovino por habitante.
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Esse mesmo rebanho foi capaz de abater 34 milhões de cabeças no ano passado e resultou em uma produção de carne de 9,1 milhões de toneladas. No entanto, apesar de o preço ainda ser alto ao varejo doméstico, especialmente quando nós consideramos o poder de compra do consumidor brasileiro e seu alto nível de endividamento, esse mesmo preço da carne brasileira no mercado internacional se manteve entre os mais baixos, quando a gente compara com os concorrentes, entre os maiores exportadores do mundo.
O Brasil foi o maior exportador global de carne bovina em 2022, quando os embarques somaram 2,85 milhões de toneladas. Já o consumo per capita fechou ano em 32 quilos por habitante.
Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicam que o agronegócio foi responsável por gerar 27% dos empregos nacionais diretos e estima-se que somente a pecuária tenha abocanhado 8% do total de vagas no Brasil. São mais de 8 milhões de pessoas ocupadas diretamente na agropecuária, sem contar os outros 19 milhões de outras áreas como insumo, indústria, serviços do agronegócio e outros.
Além disso, o agronegócio foi responsável por 25% do PIB brasileiro, ou seja, são R$ 2,6 trilhões em valor de produção. Outro dado é que a Embrapa estima que, em média, 50% das áreas dos imóveis rurais privados sejam compostas por florestas.
Isso impressiona, não é? É por tudo isso e muito mais que podemos afirmar que a pecuária é uma atividade de importância indelével para o Brasil e promove ganhos econômicos, sociais e ambientais.
*Lygia Pimentel é médica veterinária, economista e consultora para o mercado de commodities. Atualmente é CEO da AgriFatto. Desde 2007 atua no setor do agronegócio ocupando cargos como analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operação de commodities na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.
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