A safra de soja do Brasil 2023/24 foi reduzida mais uma vez pela AgRural, dessa vez em 2,7% na comparação com o levantamento anterior, mas a consultoria ainda vê uma colheita recorde de 159,1 milhões de toneladas, apesar do tempo seco e quente que atingiu especialmente o centro-norte do país.
“A redução deveu-se principalmente às perdas já consolidadas de Mato Grosso, que persistem mesmo depois da relativa melhora das chuvas na segunda quinzena de novembro”, disse a AgRural em relatório nesta segunda-feira (4).
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“Mantendo-se o cenário de chuvas abaixo da média e temperaturas muito altas, novos cortes de produtividade deverão ser feitos já na primeira quinzena de dezembro em Mato Grosso e em outros Estados”, acrescentou.
Até o final desta semana, os volumes de chuva devem variar de 43 mm a 15 mm, dependendo da região de Mato Grosso, segundo dados da LSEG, devendo ficar abaixo da média para a época, com exceção do sudoeste mato-grossense, onde vai chover mais.
Essa condição se apresenta melhor em relação às precipitações registradas no maior produtor brasileiro de soja nos últimos sete dias, quando as chuvas variaram de cerca de 10 a 17,5 mm, segundo a LSEG.
Meteorologistas têm chamado a atenção para a irregularidades das chuvas, que variam de intensidade em uma mesma região na safra atual.
O número previsto pela AgRural ainda supera o total colhido em 2022/23, quando o país produziu 154,6 milhões de toneladas, de acordo com projeção da estatal Conab.
A produção estimada pela consultoria, contudo, ficou abaixo das 163,5 milhões da estimativa fechada em 9 de novembro e das 164,6 milhões de toneladas na projeção de outubro, antes dos efeitos da seca.
Outras consultorias privadas também vêm reduzindo seus números da safra brasileira.
Além de reduzir o potencial produtivo, o tempo adverso tornou mais lentos os trabalhos de plantio, que até a última quinta-feira (30) tinham alcançado 85% da área estimada para o Brasil, contra 74% uma semana antes e 91% no mesmo período do ano passado.
Mas, na semana passada, o ritmo dos trabalhos melhorou em relação à semana anterior, puxado pelo forte avanço do Rio Grande do Sul, onde os produtores conseguiram entrar em campo nos intervalos das chuvas.
As regiões Norte/Nordeste também tiveram “evolução relativamente boa na semana, mas a irregularidade das precipitações seguiu dificultando a semeadura em diversas áreas da região”, disse a AgRural em relatório.
Já o plantio de milho do centro-sul alcançou 91% da área projetada até quinta-feira, contra 83% na semana anterior e 93% um ano atrás, de acordo com levantamento da AgRural.
Com a semeadura finalmente encerrada na região Sul, o foco dos produtores se volta para os efeitos do excesso de chuva sobre o desenvolvimento das lavouras. “Até o momento, porém, não há registro de perdas significativas.”