A China importou 7,92 milhões de toneladas de soja em novembro, segundo dados da alfândega divulgados nesta quinta-feira, um aumento de 7,8% em relação ao ano anterior, mas abaixo das expectativas dos traders devido à liberação mais lenta das cargas na alfândega.
Alguns comerciantes esperavam que o maior importador mundial de soja trouxesse até 10 milhões de toneladas no mês passado, após grandes compras da oleaginosa do principal fornecedor, o Brasil.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
No entanto, as autoridades alfandegárias estão demorando mais para emitir licenças de importação do que antes, o que atrasou o descarregamento das cargas, disse Yuyun Chen, comerciante da Mingsui International (Xangai) Trading Co.
Os navios de soja precisam de uma licença de importação automática (AIL) para descarregar as cargas, que deve ser emitida em até 10 dias úteis, mas, na prática, muitas vezes é concedida em um dia.
Chen disse que a alfândega agora está levando até 10 dias para processar as licenças. A alfândega não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A liberação mais lenta coincide com as importações recordes no maior importador de soja do mundo este ano e com as perdas crescentes entre os criadores de suínos.
A China compra soja para esmagar e transformar em farelo para ração animal e óleo de cozinha. Mas a demanda de farelo de soja para uso em ração animal deverá diminuir, já que os criadores de suínos, que lutam contra os baixos preços dos suínos, altos custos e o aumento do surto de peste suína africana, aumentaram o abate de rebanhos nas últimas semanas.
No acumulado de 11 meses deste ano, as importações do maior comprador de soja do mundo totalizaram 89,63 milhões de toneladas, um aumento de 13,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo os dados.
As chegadas em dezembro podem aumentar à medida que as cargas atrasadas do mês passado forem descarregadas, disse Chen.
“As chegadas de soja em dezembro provavelmente darão um salto acentuado, a menos que os atrasos piorem”, disse ele.
O Brasil tem dominado os embarques para a China este ano, mas as chegadas de soja dos EUA podem se recuperar nos próximos meses, já que a China tem aumentado as compras desde novembro em uma onda de compras em meio à melhoria dos laços entre os dois países.
O interesse pelos grãos dos EUA também coincidiu com uma grave seca no Brasil, que interrompeu o plantio e comprometeu as perspectivas do maior produtor de soja do mundo.