A safra de soja do Brasil em 2023/24 foi estimada nesta quarta-feira em 153 milhões de toneladas, 5 milhões abaixo da previsão anterior, de acordo com relatório do Itaú BBA, que aponta também a produção nacional abaixo do ciclo anterior (154,6 milhões de toneladas).
“Dado todo o contexto de irregularidade das chuvas no Mato Grosso desde o início da safra, episódios de calor excessivo e chuvas em dezembro que, mais uma vez, devem ficar aquém da expectativa e da média para o período, fizemos uma nova revisão para a safra do Mato Grosso, com impacto para a safra total de soja do Brasil”, disse o banco em relatório.
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O banco afirmou que a produtividade das lavouras de Mato Grosso, maior produtor nacional, devem ter quebra ao redor de 20% em relação ao potencial e uma safra para o Estado projetada abaixo das 40 milhões de toneladas.
A instituição destacou que a maior quebra já ocorrida em Mato Grosso, de acordo com os dados históricos da Conab, foi da ordem de 11%, na safra 1989/90.
“Se estivermos corretos, este deverá ser o pior ano da história da oleaginosa no Estado”, disse o Itaú BBA.
Na véspera, a Aprosoja-MT divulgou pesquisa, apontando também que a safra 23/24 ficará marcada pela pior quebra de safra da história do Estado, com recuo de 20% ante a temporada anterior.
Segundo relatório, uma safra de 153 milhões de toneladas para o maior produtor e exportador global da oleaginosa, considerando um crescimento de 3% para o consumo interno, gera uma disponibilidade para a exportação de 95-96 milhões de toneladas “para manter o balanço próximo aos níveis observados na safra 2022/23”.
Em 2023, o Brasil está exportando recordes acima de 100 milhões de toneladas.
O Itaú BBA chamou a atenção para a valorização dos prêmios de exportação e dos basis no interior, diante da quebra de safra.
“Outro resultado da quebra de safra no MT será a velocidade mais cadenciada das vendas de soja no Brasil, uma vez que o plantio segue atrasado no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e por lá, a safra ainda dependerá da confirmação das chuvas durante o mês de janeiro.”