A produção de soja do Brasil deve somar 135 milhões de toneladas no ciclo 2023/24, estimou nesta terça-feira a Aprosoja Brasil, em declaração que menciona os prejuízos causados pelo clima à medida que a colheita avança.
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A estimativa da associação é inferior a de analistas privados, cujas projeções para a safra começam em torno de 143 milhões de toneladas.
Também está muito abaixo das expectativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de uma produção de 155 milhões de toneladas, e do USDA, que prevê uma safra de 157 milhões de toneladas para o maior fornecedor mundial de soja.
Tanto a Conab quanto o USDA divulgaram seus números na semana passada.
“A divulgação no mercado de dados sobre a safra que não condizem com a realidade tem provocado uma tendência de baixa nos preços”, disse a Aprosoja Brasil. “Os produtores, além de terem redução de produtividade, têm que lidar com preços incompatíveis com a realidade, trazendo prejuízo aos sojicultores e às regiões produtoras.”
A Aprosoja disse que sua estimativa se baseia em informações coletadas pelas Aprosojas em 15 Estados.
Os contratos de referência da soja negociados em Chicago refletem a perspectiva de safra do Brasil, mas também levam em conta as expectativas de produções muito maiores no Estado do Rio Grande do Sul e na vizinha Argentina, onde a seca reduziu a produção em 2023.
A fraca demanda chinesa por soja também tem sido fator baixistas para os preços.
A Aprosoja Brasil disse que o estresse hídrico nos Estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, e o excesso de chuvas em certas áreas desses mesmos Estados estão interrompendo a colheita de grãos, que está em andamento. Segundo a entidade, isso pode levar a perdas ainda maiores para os agricultores este ano.
“Também há relatos contundentes de produtores do sul do país, principalmente no estado do Paraná, que sofreram com o excesso de chuvas no início do plantio e agora enfrentam a falta da chuva nas áreas em que a soja está na fase reprodutiva, o que compromete a produtividade das lavouras”, disse a Aprosoja Brasil.
Devido ao risco climático, a Aprosoja Brasil disse que sua previsão de safra poderia ser revisada para baixo se o clima não melhorar.