Mulheres conselheiras ainda são raras nas empresas do agro
Faz parte das atribuições dos conselhos de administração, o planejamento estratégico de uma companhia, o gerenciamento de riscos, o apoio às tomadas de decisão, o relacionamento com os stakeholders e até a contratação de diretores. Na boa governança, os conselhos são fundamentais. Mas eles ainda são um território no qual o terreno ainda é quase inatingível para as mulheres. Dito “quase”, porque, embora em pequeno número, elas já estão lá.
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A ForbesAgro, neste mês de março em que celebra o Dia Internacional da Mulher, listou 16 mulheres em conselhos de administração de empresas agro. Parte delas integra o FMA (ForbesMulher Agro), grupo de lideranças femininas criado em 2023 pela Forbes Brasil. Além das mulheres em conselhos das empresas, elas também começam a chegar em conselhos de entidades e instituições do setor. Exemplo é a pecuarista Tereza Vendramini, que depois de ser a primeira mulher a presidir a Sociedade Rural Brasileira, desde o ano passado é conselheira do Consad (Conselho de Administração da Embrapa)
Em todos os setores da economia, as mulheres ocupam apenas 15,2% das cadeiras em conselhos de administração, fiscais e diretorias de capital aberto do Brasil, segundo um levantamento do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), realizado no segundo semestre de 2023. Para o agro, não há um levantamento específico sobre o setor. Confira alguns nomes que se destacam na função de conselheiras em empresas do agro:
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Divulgação Adriana Waltrick dos Santos
Adriana participa de conselhos desde 2012. Em abril de 2023, ela assumiu mais uma tarefa, a de conselheira da SLC Agrícola, uma das maiores companhias do agro brasileiro, que cultiva cerca de 700 mil hectares por safra de algodão, soja e milho, por safra.
A entrada no conselho da SLC é sua primeira incursão no agro. Experiente, no currículo ela acumula a mesma função em dez empresas desde 2010, sobretudo no setor elétrico. Adriana estudou em Berkeley, Harvard e no Amsterdam Institute of Finance. Atualmente, também é embaixadora do Brasil na Global Compact, ação para alinhar as medidas de ESG entre os países, desenvolvida pela ONU.
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Divulgação Amanda Klabin Tkacz
Amanda é da quarta geração de controladores da Klabin. Por votação unânime, ela assumiu a presidência de uma das maiores produtoras de celulose e papel do país em abril de 2023. Ela é a mais jovem conselheira a me tornar presidente do conselho. Amanda, hoje com 45 anos, está no conselho desde os 22 anos, quando assumiu o cargo de suplente do pai, Daniel Miguel Klabin, no conselho de administração, por motivos de saúde.
Administradora de empresas, Amanda estudou na Harvard Business School e na Wharton School of Business, nos EUA. Ela também é sócia-fundadora da Galt Capital, consultoria com sede no Rio de Janeiro (RJ) que cuida dos investimentos da família.
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ArquivoPessoal Andiara Petterle
Graduada em comunicação social, Andiara Petterle integra vários comitês de estratégia, como o do Sicredi e o atacadista Assaí. Na Melhoramentos, empresa de papel e celulose, além de estar no comitê de estratégia, em dezembro de 2021 ela assumiu também a vice-presidente de conselho de administração.
Ela também faz parte do WCD (Women Corporate Directors), da Women in the Boardroom Foundation, do European Corporate Governance Institute, do NACD (National Association of Corporate Directors) e do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), onde é professora de transformação digital para membros de conselho do curso governança de stakeholders).
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Divulgação
Andrea Laserna Seibel
Na Dexco, a advogada Andrea Laserna Seibel faz parte do conselho desde 2009, tornando-se titular do cargo em 2021. A empresa é uma das grandes companhias do setor de painéis de madeira, com produção florestal em cerca de 140 mil hectares de eucalipto e pinus. Além disso, ela é diretora geral da Leo Madeiras e Máquinas.
Andrea também faz parte dos comitês de TI e inovação digital na Dexco desde 2018. Entre as suas formações está uma especialização OPM pela Harvard Business School, em Boston, em 2011.
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João Valerio/Denis Ribeiro Andrea Sanches Fernandes
Andrea Sanches Fernandes atua há cerca de três décadas no setor de bionergia e gestão de terras agrícolas. Ela faz parte da segunda geração da Cerradinho, com unidades de produção de cana-de-açúcar em Chapadão do Céu (GO) e em Catanduva, interior paulista.
A hoje conselheira atua na companhia desde 1989, passando pelas áreas de controle de qualidade, gerente e diretora industrial. Em 2011, Andrea tornou-se vice-presidente do grupo e em 2019 passou a membro do conselho de administração. Em 2021, ela assumiu a presidência do conselho de administração do Instituto Sanches Fernandes, o braço de responsabilidade social da Cerradinho. Andrea faz parte do FMA.
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LKD_ArquivoPessoal Gabriela Feffer Moll
Gabriela Feffer Moll, uma das herdeiras da Suzano, entre as maiores empresas globais de celulose e papel, é do conselho de administração e também vice-presidente da Suzano Holding, a controladora do grupo.
Gabriela sempre atuou na companhia da família, liderando projetos como, por exemplo, o de transformação digital e de comunicação de produtos. No ano passado, ela recebeu, em nome da companhia, um dos prêmios da primeira edição do 30% Club Brazil Award 2023, iniciativa que reconhece o empenho das Companhias do IBrX100 (indicador de desempenho na B3) que possuem 30% ou mais de conselheiras titulares nos seus conselhos de administração. A Suzano foi uma das 16 empresas agraciadas.
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Divulgação Grazielle Parenti
A vice-presidente de sustentabilidade e relações institucionais da Syngenta para a América Latina, Grazielle Parenti, foi convidada em fevereiro deste ano para compor o conselho de administração da Alvoar Lácteos, dona das marcas Betânia, Embaré e Camponesa, com sede em Fortaleza (CE).
Administradora com larga experiência, ela também faz mentoria de conselhos de mulheres do WCD (Women Corporate Directors) por meio do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). No ambiente institucional, ela é conselheira na Abag (Associação Brasileira do Agronegócio). Grazielle faz parte do FMA.
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Divulgação Isabella Saboya
Especialista em direito societário, mercado de capitais e governança corporativa, a economista Isabella Saboya integra o conselho da BrasilAgro desde 2021, empresa que compra, desenvolve e depois comercializa fazendas. Ela tem experiência contada em três décadas no mercado de capitais.
Isabela também faz parte do comitê executivo do Código Brasileiro de Swewardship e do grupo de trabalho da AMEC (Associação de Investidores no Mercado de Capitais), entidade que reúne 60 acionistas com papéis estimados em R$ 900 bilhões no mercado brasileiro. No setor do agro, ela também é membro do conselho de administração da Klabin.
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Divulgação Ivanilde Pinto Neto
A produtora rural Ivanilde Pinto Neto é cooperada da Coopercitrus, com sede em Bebedouro (SP), há 24 anos. Ela tem propriedades em Jaborandi, a 30 km, em Colômbia, a cerca de 90 km, e em Campo Florido (MG), a 145 km.
Em 2022, em um movimento inédito da cooperativa que nasceu há quase meio século, Ivanilde se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de conselheira no conselho de administração. Atualmente, a Coopercitrus conta com 38 mil cooperados. Em outros conselhos, como o fiscal, as mulheres já participavam, como atualmente Priscila Delanez Brito.
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Agência Brasil Kátia Abreu
Pecuarista com uma longa carreira política, Kátia Abreu, é conselheira da JBS, a gigante global de proteína animal e processados diversos, desde julho de 2023.
Kátia é ex-senadora, ex-ministra da agricultura e conhece muito bem o setor do agro.Ela foi a primeira mulher a presidir a bancada ruralista no Congresso Nacional e por seis anos foi presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a poderosa entidade que reúne as federações estaduais do setor.
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João Valerio/Denis Ribeiro Marcia Marçal dos Santos
Márcia Marçal dos Santos é sócia-fundadora do Grupo Marfrig. Criado em 2000, tornou-se uma das maiores do setor de proteína animal no país. Márcia atuou por quase uma década no departamento financeiro da empresa, coordenando a equipe de auditoria interna, antes de se tornar conselheira.
Ela é presidente do Instituto Marfrig Fazer e Ser Feliz, que promove ações de responsabilidade social e também é sócia da MMS Participações, que é a controladora da Marfrig. Desde dezembro de 2023, Márcia acumula um segundo posto de conselheira agora na BRF, quando a Marfrig Global Foods passou a controlar 50,06% do capital votante e das ações da companhia. Márcia é integrante do FMA.
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Divulgação Marina Salles Fusco Piccini
A administradora Marina Salles Fusco Piccini se tornou membro do conselho da gaúcha 3Tentos, em junho de 2022, empresa que atua no comércio de grão e de insumos e que dispõe de duas unidades industriais para farelo, óleo, biodiesel e fertilizantes.
Marina trabalhou em multinacionais, corretoras de mercado futuro e trading e hoje, além de consultora, também é professora na AgroSchool, uma plataforma de cursos e treinamentos em áreas do agro, como gestão, governança e crédito.
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Arquivo Pessoal Simoni Tessaro Niehues
Simoni Tessaro Niehues é uma das poucas mulheres no país a fazer parte do conselho de administração de uma cooperativa. Assumiu, no ano passado, uma das cadeira da Lar Cooperativa Agroindustrial, com sede em Medianeira (PR), e é a única mulher entre os conselheiros.
Simoni é produtora de aves em Serranópolis do Iguaçu, município a cerca de 80 km da sede da instituição. Ela é um dos 13 mil cooperados e era conselheira fiscal da LAR, antes de assumir o atual cargo. Também já foi conselheira fiscal na Frimesa Cooperativa Central, de Medianeira, no oeste paranaense, até o final de 2023.
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Divulgação Sylvia Brasil Coutinho
Sylvia Brasil Coutinho é engenheira agrônoma desde 1983 pela Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). No ano seguinte, veio a segunda graduação em economia. Hoje, ela está no conselho da Cosan e de outras empresas, um detalhe na sua longa carreira no setor de finanças, como Citi e HSBC, além de atual head para a América Latina do banco de investimento UBS.
Além da Cosan, Sylvia faz parte de conselhos de instituições de ensino, como a Fundação Dom Cabral; a Coalizão Clima, Floresta e Agricultura; o Instituto Ipê de Pesquisas Ecológicas e da Climate Bond/Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
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GSC_Divulgação Talyta Cury Robusti
Talyta Cury Robusti é sucessora no Grupo Santa Clara, de insumos e bioinsumos para o agro, e uma liderança em ascensão. Em 2021, Talyta assumiu uma cadeira no conselho de administração do grupo.
Advogada, ela é a única mulher no conselho, juntamente com profissionais contratados no mercado. Talyta também está à frente das relações institucionais do grupo, do planejamento estratégico e da estruturação do ESG (ambiental, social e governança). Talyta faz parte do FMA
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ArquivoPessoal Tarcila Ursini
A economista e advogada Tarcila Ursini tem quase três décadas como executiva e consultora de empresas. No setor do agro, ela faz parte de três conselhos de administração. Na Korin Agropecuária, especializada em alimentos orgânicos, e na Agrogalaxy, de insumos e serviços, está desde 2020. Na Dexco, de madeira e celulose, ela começou em 2012, onde também está à frente do comitê de sustentabilidade e inovação
Tarcila também é professora na FIA (Fundação Instituto de Administração), na USP (Universidade de São Paulo), onde coordena o curso de “ESG para Conselheiros” no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).
Adriana Waltrick dos Santos
Adriana participa de conselhos desde 2012. Em abril de 2023, ela assumiu mais uma tarefa, a de conselheira da SLC Agrícola, uma das maiores companhias do agro brasileiro, que cultiva cerca de 700 mil hectares por safra de algodão, soja e milho, por safra.
A entrada no conselho da SLC é sua primeira incursão no agro. Experiente, no currículo ela acumula a mesma função em dez empresas desde 2010, sobretudo no setor elétrico. Adriana estudou em Berkeley, Harvard e no Amsterdam Institute of Finance. Atualmente, também é embaixadora do Brasil na Global Compact, ação para alinhar as medidas de ESG entre os países, desenvolvida pela ONU.
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