A UE (União Europeia) está se preparando para impor tarifas sobre as importações de grãos da Rússia e da Bielorrússia para aplacar os agricultores e alguns Estados-membros, disseram na terça-feira (19) funcionários do bloco familiarizados com os planos.
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O Financial Times informou anteriormente que a Comissão Europeia proporia uma tarifa de 95 euros (R$ 518,70) por tonelada sobre os cereais da Rússia e da Bielorrússia, com tarifas de 50% sobre sementes oleaginosas e produtos derivados.
Um funcionário da UE disse que os números estavam “quase certos”, embora ainda não tivessem sido finalizados. Outro disse que a medida provavelmente será na forma de uma tarifa porque as medidas comerciais exigem apenas o apoio da maioria da UE, ao contrário das sanções, que precisam de unanimidade.
As tarifas seriam sobre os grãos destinados ao uso na União Europeia pelos 27 membros e não se aplicariam ao trânsito de grãos pelo bloco para outros países, disseram as fontes.
A medida ocorre no momento em que os agricultores de toda a União Europeia pedem mudanças nas restrições impostas a eles pelo plano do Acordo Verde do bloco para combater as mudanças climáticas e para a reimposição de tarifas alfandegárias sobre as importações de produtos agrícolas da Ucrânia que foram dispensadas após a invasão da Rússia em 2022.
Os agricultores das vizinhas Polônia, Hungria e Eslováquia, todos membros da UE, dizem que a medida reduziu seus preços. A Ucrânia não faz parte da UE de 27 membros.
Como em grande parte da Europa, a Polônia foi tomada por protestos nas últimas semanas, com a manifestação de agricultores contra as regulamentações ambientais da UE.
Donald Tusk, o primeiro-ministro polonês, pediu que a UE proibisse as importações de produtos agrícolas russos e bielorrussos, assim como fizeram muitos legisladores da UE em um debate sobre o assunto no Parlamento Europeu na semana passada.
O total de importações de grãos e sementes oleaginosas da Rússia pela UE em 2023/2024 foi de 1,8 milhão de toneladas até o final de fevereiro, segundo dados da Comissão Europeia. Isso em comparação com 19,1 milhões de toneladas da Ucrânia.
Kiev pediu uma proibição completa da UE sobre as importações de alimentos russos, embora uma fonte da Ucrânia tenha dito que o volume de grãos russos não era realmente grande o suficiente para influenciar os preços europeus.
Os comerciantes também adotaram uma visão relaxada.
“Parece altamente simbólico, com apenas pequenos volumes envolvidos da Rússia que poderiam ser facilmente substituídos. Não consigo ver nenhuma grande onda com isso”, disse um trader alemão.