A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ajustou nesta terça-feira a estimativa de safra de 2023 de soja do Brasil para um recorde de 160,3 milhões de toneladas, ante 159 milhões de toneladas na previsão anterior, o que acabou elevando os estoques da oleaginosa em 2024.
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A Abiove não alterou suas projeções de safra, exportação e processamento de soja em 2024. A associação manteve em 153,8 milhões de toneladas os números de produção da oleaginosa do país neste ano.
A colheita do ciclo atual, afetada pelo tempo quente e seco em algumas regiões, está entrando na sua parte final, com mais de 80% do total da área colhida, segundo consultorias privadas.
Com a alta nos números da safra passada e a manutenção das projeções de colheita, exportação e processamento em 2024, a entidade que representa tradings e processadoras de soja agora estima os estoques finais do país em 2024 em 5,2 milhões de toneladas, versus cerca de 4 milhões na previsão anterior.
Os estoques maiores em relação ao previsto anteriormente dão alguma folga para o quadro de oferta e demanda no maior produtor e exportador de soja em um período marcado por adversidades climáticas.
Os números da Abiove, entretanto, estão 7,3 milhões de toneladas maiores em relação aos da estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apontou na semana passada uma safra brasileira de 146,5 milhões de toneladas. Já o Departamento de Agricultura dos EUA apontou a produção do Brasil em 155 milhões de toneladas, um pouco acima da Abiove e muito maior do que a Conab.
Algumas consultorias privadas elevaram suas projeções de safra de soja recentemente, com os registros das produtividades das lavouras colhidas há pouco tempo, ainda que a diferença entre estimativas continue relevante.
Oferta e demanda
Com uma safra menor no Brasil ante 2023, a Abiove projeta uma redução nas exportações de soja em grão do Brasil em 2024 para 97,8 milhões de toneladas, versus um recorde de 101,86 milhões de toneladas do ano passado.
Já o processamento de soja no Brasil deverá atingir um recorde de 54,5 milhões de toneladas neste ano, ante 54,17 milhões de toneladas em 2023.
A Abiove ainda manteve a projeção de exportação de farelo de soja do Brasil em 21,6 milhões de toneladas, que, se confirmada, representará uma queda na comparação com 2023 (22,5 milhões de toneladas).
Já a exportação de óleo de soja do Brasil foi projetada em 1,15 milhão de toneladas, um recuo na comparação com a previsão anterior (1,45 milhão de toneladas) e em relação a 2023 (2,33 milhões de toneladas).
Isso aconteceu em meio à expectativa de aumento de 100 mil toneladas no consumo interno de óleo de soja em relação à previsão anterior, para 9,7 milhões de toneladas. Esse volume representa pouco mais de 1 milhão de toneladas acima de 2023, com impulso da mistura maior de biodiesel que passou a vigorar em 2024.