A produção de açúcar no centro-sul somou 710 mil toneladas na primeira quinzena de abril, período que marca o início da nova safra (2024/25), de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) publicados nesta sexta-feira (26).
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Os dados de produção vieram 31% acima dos registrados no mesmo período do ano passado, com mais usinas em operação em abril, e também superaram a expectativa de analistas ouvidos em um pesquisa da S&P Global Commodity Insights, que apontou produção de 689,3 mil toneladas.
Após a divulgação dos dados, o açúcar bruto negociado em Nova York tocou mínimas da sessão.
A produção de açúcar cresceu mais do que a moagem de cana no período, que atingiu 15,8 milhões de toneladas, alta de 14% na comparação anual (contra expectativa de 15,92 milhões de toneladas).
A maior fabricação do adoçante, dessa forma, aconteceu com maior destinação de cana para a produção da commodity.
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Na primeira quinzena da safra, usinas apresentaram um “mix” de 43,64% para o açúcar, versus 38% no mesmo período do ano passado. Já a fabricação de etanol recebeu 56,36% do volume da matéria-prima processada.
O crescimento da produção aconteceu com mais usinas em operação em abril, embora a expectativa seja de que a safra 2024/25 será menor em relação ao recorde da temporada passada.
O centro-sul brasileiro, região que responde pela maior parte da produção de cana do país, teve a safra 2024/25 estimada em 625,4 milhões de toneladas, redução anual de 4,2%, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na véspera.
Essa queda é esperada devido a condições climáticas menos favoráveis em relação ao ciclo anterior, que deve derrubar as produtividades na região em 8,3%, para 80,8 toneladas por hectare, segundo a Conab –o volume da safra cairá menos do que o rendimento agrícola devido a um crescimento projetado de área plantada de 4,5%.
Conforme a Unica, nos primeiros 15 dias de abril, 111 iniciaram as suas atividades, totalizando 171 unidades produtoras operando na região centro-sul, contra 166 unidades produtoras em mesmo período da safra 2023/2024.
O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, disse em nota que a “previsão é de que 54 unidades produtoras reiniciem as atividades durante a segunda quinzena de abril, mas esse cronograma de retorno das usinas pode sofrer alterações a depender das condições climáticas de cada região canavieira”.
Etanol
Na primeira metade de abril, o setor produziu 840,73 milhões de litros de etanol no centro-sul, alta de 7,20%.
Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 693,43 milhões de litros (+39,36%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 147,30 milhões de litros (-48,61%), segundo a Unica.
O total do hidratado tem crescido devido à sua maior competitividade frente à gasolina, que por sua vez é vendido nas bombas misturado ao anidro.
“As vendas de etanol hidratado no mercado interno continuam em ritmo aquecido, posicionando o mercado em nível muito superior àquele observado no início da safra 2023/2024 quando a atratividade econômica do etanol era reduzida na comparação com aquela registrada neste ano”, disse Rodrigues, em nota.
Na primeira quinzena da safra 2024/2025, as unidades produtoras do centro-sul comercializaram 1,35 bilhão de litros no mercado doméstico, alta de 41,93% em relação ao mesmo período da safra passada. Do total vendido internamente, as vendas de etanol hidratado totalizaram 902,35 milhões de litros (+61,59%) e as de anidro, 448,43 milhões (+14,02%).
Do total de etanol produzido na primeira quinzena da safra que se inicia no centro-sul, o milho respondeu por 32% da matéria-prima, com produção de 270,50 milhões de litros, aumento anual de 12,95%.