A moagem de trigo no Brasil cresceu 2% em 2023 ante o ano anterior, para 12,81 milhões de toneladas, mostrou uma pesquisa realizada pela Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) com associados e não associados, cujos resultados foram antecipados à Reuters.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
- Siga a ForbesAgro no Instagram
O volume anual de processamento de trigo no Brasil, um importante importador da matéria-prima da farinha, é o maior desde pelo menos 2018, de acordo com dados disponíveis no site da Abitrigo.
O total de 2023 supera a máxima dos últimos anos de 12,7 milhões de toneladas, apurada em 2020, segundo dados da Abitrigo, que também apontam poucas oscilações nos comparativos anuais recentes, entre altas e baixas.
A expectativa para 2024 é de que os volumes fiquem sem grandes mudanças, em linha com a tendência dos últimos anos, reforçou o presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, evitando estimar um crescimento ou uma queda para este ano.
“O número de moagem de 2023 cresceu 2%, mas está dentro do crescimento relativo dos anos anteriores. A demanda do trigo, da farinha de trigo, ela não tem aumentado…”, disse ele.
Segundo Barbosa, que é embaixador, a moagem tem tido poucas alterações porque “o consumo no país tem se mantido estável, com poucas variações”.
Ele citou entre os fatores uma certa estabilidade na demanda de farinha de trigo pelas indústrias de pão e massas.
Segundo Barbosa, isso acontece por questões relacionadas a hábitos de consumo ou à renda da população, que não tem aumentado o suficiente para disparar uma procura maior.
“Na maioria dos casos, acham que é pelos hábitos de consumo, mas acho que tem um elemento econômico…”, afirmou.
Barbosa descartou o fato de a relativa estabilidade da moagem estar relacionada à importação de farinha de trigo pelo Brasil, que somou quase 280 mil toneladas em 2023, versus 300 mil toneladas em 2022.
Já a importação de trigo em grão pelo Brasil somou 4,2 milhões de toneladas, queda de cerca de 1 milhão de toneladas na comparação com 2022, segundo dados da Abitrigo.
A pesquisa ainda mostrou que a maioria das farinhas foi destinada para a indústria de panificação e pré-misturas, em um patamar de 35%, seguido do setor de massas e indústria de biscoitos, com mais de 10% cada. Outras categorias, como para embalagens de 1 kg (com 12,7%), respondem pelas fatias restantes.
Segundo o levantamento, três novos moinhos entraram em funcionamento em 2023 — a moagem estimada foi realizada em 147 plantas industriais.
A Abitrigo citou ainda que o setor no Brasil trabalha com capacidade ociosa de 24%, enquanto os Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul são aqueles com maiores taxas de utilização da capacidade, com 86,2% e 84,6%, respectivamente, versus 76% da média nacional.