Os preços ao produtor no Brasil passaram a subir 0,7% em abril, marcando o terceiro mês seguido de avanço, informou IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (28).
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O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a reduzir a queda a 3,1%. Em março, o IPP (Índice de Preços ao Produtor) havia subido 0,3%.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 20 tiveram alta nos preços em abril. As maiores altas foram registradas por papel e celulose (3,9%), fumo (2,5%) e farmacêutica (2,1%).
De acordo com o analista da pesquisa, Felipe Câmara, o resultado do índice no mês está relacionado, principalmente, ao comportamento das cadeias derivadas da soja e da cana-de-açúcar.
“A soja está em fase de colheita, mas a safra tem produzido um volume menor que a do ano passado. Além dessa menor produtividade, o volume exportado no primeiro trimestre foi expressivo, ou seja, há uma menor disponibilidade da commodity para consumo doméstico”, disse ele.
“Nesse contexto, o óleo bruto respondeu à pressão de demanda associada à competição entre cadeias derivadas. O incremento da parcela adicionada de biodiesel no ‘blend’ do diesel, a partir de março, incentivou a procura pelo derivado da soja para fabricação do combustível, aumento que foi acompanhado de um movimento de compra para garantia de estoques no setor de fabricação de alimentos”, completou.
Esse cenário impactou a alta de 0,9% dos bens de consumo, que representaram 0,3% do índice geral e se igualaram à influência dos bens intermediários.
Entre os setores de maior influência sobre o resultado geral, destacaram-se alimentos (0,2%), indústrias extrativas (-0,2%), papel e celulose (0,1%) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,08%).
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.