O Bradesco quer formar novas parcerias com bancos, fabricantes de equipamentos e cooperativas agrícolas para expandir empréstimos ao setor do agronegócio. Atualmente, o segmento cobre menos de 15% de sua carteira de crédito total.
Na sexta-feira passada, o banco anunciou a compra de participação de 50% no Banco John Deere Brasil, um braço da Deere&Co, por meio de um aumento de capital.
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O acordo, que ainda depende de aprovações regulatórias, não implica exclusividade, segundo o diretor de agronegócio do Bradesco. Além disso, trata-se de algo que pode ser seguido por outras parcerias, tanto com empresas locais quanto internacionais.
“É um setor relevante para o Brasil. Nós vamos continuar buscando transações nesse sentido”, disse Roberto França à Reuters.
A parceria com a John Deere, bem como outras que podem vir, ajudará o Bradesco a expandir sua presença no agronegócio. Isso tende a aumentar empréstimos e a venda de outros serviços, incluindo seguros, de acordo com o executivo.
Atualmente, o total de empréstimos do Bradesco para o setor do agronegócio é de cerca de R$ 120 bilhões. O valor representa 13% da carteira de crédito do banco de R$ 912,1 bilhões.
Embora o banco não tenha definido metas específicas, França vê espaço para um aumento substancial nos empréstimos, considerando que o agronegócio representa quase um terço do PIB do Brasil.
O Bradesco disse na sexta-feira passada que a transação não causará impacto material no seu índice de capitalização. O banco não divulgou o valor da transação.
De acordo com França, ambas as instituições concordaram em não revelar detalhes financeiros antes da conclusão de todas as aprovações regulatórias, o que provavelmente levará vários meses.
No início deste mês, o Bradesco divulgou lucro líquido do segundo trimestre maior do que o esperado, com menores provisões para perdas com empréstimos e margens mais fortes, após uma série de lucros fracos em meio à crescente inadimplência.